Nas mãos de Deus – O dólar, com o atual estágio de volatilidade, interfere na tomada de decisão no âmbito do reajuste nos preços da gasolina e do etanol. A observação é do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo. “Só será possível tomar essa decisão quando estas variáveis se estabilizarem. O futuro a Deus pertence”, disse. Em contrapartida, Gabrielli avalia que os preços domésticos e os do mercado externo deverão ficar por muito tempo com um grande “gap”. O equilíbrio funciona da seguinte forma. No momento em que o preço interno se estabiliza acima do praticado no exterior, o que fazem as distribuidoras? Segundo Gabrielli, elas correm para a importação de combustíveis. Em outra situação, quando o preço se mostra muito mais baixo, as empresas adquirem no intuito de exportar. O presidente da Petrobras participou da apresentação do balanço do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), nesta sexta-feira (29), em Brasília.
Contrariado, Gabrielli admitiu que a Petrobras seguirá importando gasolina no segundo semestre. O motivo é o crescimento do setor combustível a reboque do consumo em ascendência. “O mercado de combustíveis cresce mais que o PIB”, frisou. O ritmo de importação da empresa em 2010 foi equivalente a três ou quatro dias de consumo. Como no primeiro semestre de 2011 foi importado o equivalente a três dias de consumo, no segundo semestre deverá ser comprado mais ainda. “O nosso monitoramento é diário, mas já sabemos que será maior que em 2010”, disse Gabrielli, acrescentando que é preciso considerar a demanda como condicionante.
Provocado sobre a possibilidade de sua candidatura nas eleições 2012, ele rechaçou. No entanto, demonstrou certo interesse nas eleições de 2014. “Está muito longe. Não tenho condições de decidir agora”, avaliou.
O dirigente da estatal petrolífera esmiuçou os meandros do mercado. “Há anos dizemos que o mercado de derivado de petróleo tem características próprias. São 70 distribuidoras, uma economia aberta, a variação do câmbio e o aumento do consumo.”