Miriam Belchior usa os aeroportos para explicar o PAC 2, programa que tem dificuldades para decolar

Desacelerando 2 – O balanço Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), apresentado pela ministra do Planejamento, Miriam Melchior, apontou que a execução da segunda parte do plano totalizou R$ 86,4 bilhões no primeiro semestre de 2011. Em comparação com o período entre abril e outubro de 2010, quando foi apresentado o penúltimo balanço, foram executados R$ 95,7 bilhões, representando uma diferença de 10,8%. Verifica-se assim uma desaceleração sob a batuta da presidente Dilma Rousseff. O PAC 2 demonstrou que foram executados 37,5% dos R$ 27,5 bilhões previstos para 2011, sem a inclusão do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

A execução orçamentária da segunda fase o programa totalizou R$ 10,3 bilhões. A execução orçamentária é até 27 de julho e nos anos anteriores teve como data limite 30 de julho. O programa já projeta investimentos para depois de 2014. Os investimentos podem alcançar R$ 631,6 bilhões. Tomando-se ambos os períodos, chega-se à fabulosa soma de R$ 1,59 trilhão. A demonstração dos resultados do PAC 2 aconteceu na manhã desta sexta-feira (29), no Itamaraty, em Brasília. Vários ministros que têm relação com o PAC estiveram presentes ao evento. O ministro da Fazenda, Guido Mantega não compareceu, pois esteve reunido durante toda a manhã com a presidente Dilma Rousseff.

Entre 2011 e 2014 está previsto o investimento de R$ 955 bilhões. No mesmo período, o valor a ser desembolsado para a conclusão de obras é de R$ 708 bilhões, o que representa 74% do total previsto. Enquanto as demais obras, 26% do total, serão concluídas em 2014, com uma estimativa de execução de R$ 247 bilhões. A ministra Miriam Melchior destacou entre as grandes obras de infraestrutura a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e a Integração do Centro-Oeste.

De acordo com dados oficiais do governo, até o dia 30 de junho deste ano, 56% das ações monitoradas estavam em obras, 30% em fase de projeto ou licenciamento, 13% em licitação de obra e 1% estavam concluídas, revelando que considerável parte do PAC 2 está em andamento.

Miriam Belchior destacou na área de transporte as obras em andamento de onze aeroportos. “Nós temos 17 obras em andamento em 11 aeroportos”, disse a ministra. A obras concluídas no primeiro semestre deste ano resumem-se à primeira etapa do sistema de pistas e pátios do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, e a construção e instalação de conector no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife.

Belchior também assinalou como principais obras a ampliação do sistema de pistas e a construção do terminal remoto no Aeroporto Governador André Franco Montoro, em Guarulhos, e a reforma do terminal de passageiros do Aeroporto Juscelino Kubitscheck, em Brasília, que teve a primeira fase iniciada em 29 de abril. “Vai permitir uma área maior para embarque e desembarque de passageiros em Brasília”, ressaltou a ministra do Planejamento.

No Aeroporto Tom Jobim, o Galeão, a reforma do terminal de passageiros tem 52% da obra realizada e 28% da reforma e adequação do terminal de cargas concluído. No caso do Aeroporto Afonso Penna, em Curitiba, foram executados apenas 22% da ampliação do terminal de cargas, e no Aeroporto Salgado Filho, em Porto de Alegre, 11% do terminal de cargas realizados.

O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, disse que com a criação do órgão e a implementação de medidas para a melhoria da governança os aeroportos terão melhoria de 30% na capacidade de atendimento. O ministro citou medidas de curto prazo tomadas pela secretaria, tais como internet nos aeroportos, ampliação de áreas de Raio-X, aumento de vagas de estacionamento e check in compartilhado até o final do ano.

Bittencourt disse que está “otimista” com o processo de concessão de aeroportos para a iniciativa privada. O ministro afirmou ainda que a concessão não implicará em aumento de tarifas aeroportuárias ou em demissões de funcionários dos aeroportos privatizados. “Uma das premissas é que não haverá aumento de tarifas.” Para a tranquilidade dos usuários.