Protesto sindical perdeu o foco e reuniu desocupados, alcoolizados e torcedores de organizadas

Fora do script – Reivindicar melhores salários e condições de trabalho é direito de qualquer cidadão. Contudo, o direito do trabalhador à greve e ã manifestação termina exatamente onde começa o direito do cidadão de ir e vir, diga-se de passagem, uma garantia constitucional. Criados para defender os direitos dos trabalhadores, os sindicatos transformaram-se em massa de manobra, muitas vezes a serviço do poder. Em suma, um negócio muito rentável que é privilégio de minoria esperta e articulada, sempre com o discurso da contestação pronto para ser proferido.

Como destacou o ucho.info na reportagem anterior, a manifestação promovida pelas centrais sindicais nesta quarta-feira (3) em São Paulo foi descabida, pois protestar contra o plano “Brasil Maior”, anunciado por Dilma Rousseff no dia anterior, é um tiro no pé. Afinal, os líderes sindicais movimentaram seus obedientes rebanhos para garantir a vitória da neopetista Dilma na corrida presidencial de 2010.

Quem se misturou aos manifestantes desta quarta-feira, na capital paulista, logo percebeu que muitos dos que lá estavam sequer sabiam das razões da manifestação. Pessoas foram cooptadas para, em troca de algum trocado e uma camiseta de sindicato, engrossar a caminhada e fingir que o movimento foi exitoso.

Ao longo do trajeto, muitos dos manifestantes foram ficando pelo caminho. Muitos interromperam a caminhada em direção à Assembleia Legislativa de São Paulo para alguns bebericos etílicos no botequim da esquina. Outros tantos abandonaram a tarefa de protestar para encarar um “prato feito” no restaurante mais próximo, desistindo logo em seguida da suposta responsabilidade.

Entre os milhares que participaram da manifestação era possível encontrar integrantes de torcidas organizadas da capital paulista, inúmeras pessoas alcoolizadas, desocupados e baderneiros profissionais. Esse cenário mostra que o sindicalismo nacional, que deveria empunhar a bandeira daqueles que o sustentam, é a versão esquerdista daquilo o que os sindicalistas há séculos mais condenam: a burguesia. Enquanto milhares de pessoas venceram as ruas paulistanas a pé, os chefões das centrais sindicais percorreram o caminho a bordo de carros elegantes e com ar condicionado. Repetindo o que acontece diariamente com esses direitistas natos, que recorrem ao esquerdismo barato como forma de garantir uma vida de nababo.

Não se trata de ser contra os movimentos de sindicais, mas de defender os direitos e convicções dos milhões de incautos que diuturnamente fazem o papel de bobos da corte.