Rei morto, rei posto – Ministro da Defesa, o gaúcho Nelson Jobim parece ter conseguido o que queria. A presidente Dilma Rousseff, que na manhã desta quinta-feira (4) soube do conteúdo da entrevista concedida por ele à revista “Piauí”, decidiu antecipar a demissão do ministro, prevista para o final deste ano ou o começo de 2012. Na entrevista, Nelson Jobim colocou em xeque a competência das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).
Com o anúncio da saída de Jobim, ainda não confirmada, a lista de possíveis candidatos ao cargo cresceu nas últimas horas. Na manhã desta quinta-feira, o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, circulou pela Esplanada dos Ministérios e se encontra com a presidente Dilma Rousseff dentro de instantes no Palácio do Planalto.
Outro nome que cresce é o de Aldo Rebelo. Deputado federal pelo PCdoB de São Paulo, Rebelo é o mais forte dos candidatos, pois transita com invejável facilidade no staff das três Armas, onde goza de confiança. A chegada de Aldo Rebelo ao Ministério da Defesa pode ser atrapalhada pelo fato de que o parlamentar é um candidato ao Tribunal de Contas da União, que abriu vaga com a aposentadoria do ministro Ubiratan Aguiar.
O terceiro cotado, mais improvável, é o ministro José Eduardo Martins Cardozo, da Justiça, que aceitaria a empreitada por ter integrado o staff da campanha de Dilma Rousseff. Coma eventual saída de Cardozo, assume o Ministério da Justiça, pela segunda vez (a primeira se deu com a saída de Tarso Genro), o secretário-executivo Luiz Paulo Barreto, que poderá ser efetivado no cargo.
A demissão de Nelson Jobim ainda não foi consumada, mas a presidente Dilma pediu ao ministro da Defesa que antecipasse a sua volta de viagem ao Amazonas, onde está na companhia do vice-presidente Michel Temer e de José Eduardo Cardozo.