Novo ministro da Defesa, Celso Amorim foi demitido da Embrafilme por financiar filme contra militares

(Efe)
Fio desencapado – A decisão da presidente Dilma Rousseff de indicar Celso Amorim para o Ministério da Defesa vai muito além de reles solução caseira para um problema que cresceu inesperadamente nos últimos dias. Trata-se de uma demonstração clara e incontestável de que Luiz Inácio da Silva continua influenciando na administração da sua sucessora.

Fora isso, o retorno de Amorim à Esplanada dos Ministérios gera dúvidas a respeito da sua eficácia à frente do Ministério da Defesa, pasta que reúne as três Armas e que tem como base sedimentar o nacionalismo. Entreguista convicto, Celso Amorim protagonizou espetáculos vexatórios para a diplomacia verde-loura, tendo se postado de forma genuflexa a ditadores conhecidos, como Fidel e Raúl Castro, de Cuba, e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, além dos tiranetes bolivarianos da Venezuela, Bolívia e Equador. Sem contar a irresponsável guarida dada ao golpista Manuel Zelaya, que com o consentimento de Celso Amorim se instalou na embaixada brasileira em Tegucigalpa, sempre financiado pelo suado dinheiro do contribuinte.

Se é difícil imaginar que alguém com currículo tão pífio e comprometedor terá capacidade e moral para dar ordens aos responsáveis por cada uma das Armas, a situação piora ainda mais quando volta-se no tempo para resgatar um episódio degradante em que Celso Amorim e o inseparável Samuel Pinheiro Guimarães, o Samuca, dividiram o papel principal.

Nomeado em 1979 para a direção-geral da Embrafilme, pelo então presidente João Batista Figueiredo, Celso Amorim foi demitido três anos mais tarde, em 1982, debaixo da polêmica criada pelo filme “Pra Frente, Brasil”, de Roberto Farias, que retratava a tortura no regime militar. à época, a ala mais radical das Forças Armadas considerou o filme uma afronta, o filme uma afronta. Amorim, na companhia de Samuca, deixa o comando da Embrafilme sob a acusação de ter financiado o filme de Roberto Farias, que foi censurado e mais tarde liberado.

Não se trata de questionar o filme “Pra Frente, Brasil”, mas de condenar a indicação feita por Dilma Rousseff, pois há a partir de agora uma evidente zona de conflito no Ministério da Defesa. Enfim, como disse certa vez aquele filósofo que mescla messianismo com fanfarrice, “nunca antes na história deste país”.