Sobram escândalos – Luiz Inácio da Silva continua sendo o principal personagem da cena política nacional. Além de ficar milionário por conta de suas duvidosas e inócuas palestras mundo afora, Lula continua dando as cartas no Palácio do Planalto e requisitado por aliados. Na terça-feira (9), o ex-presidente deverá ir ao Palácio das Laranjeiras, sede do governo fluminense, para reunião com Sérgio Cabral Filho (PMDB) e amigos que garantem a governabilidade do governador-factóide.
Lula da Silva está com agenda intensa. Esteve no Nordeste e agora estende novamente as mãos ao governador do Rio, que vive um inferno astral. Lula novamente dará declarações de apoio a um governo atrapalhado pela sua própria administração.
Assim, também acontece na esfera federal. O ex-presidente tem sido chamado nos bastidores e faz contatos regulares com auxiliares e com a própria presidente. Foi dele a sugestão de reaproveitar o ex-chanceler Celso Amorim no Ministério da Defesa. A movimentação de Lula da Silva poderá dar tranqüilidade à base governista nesta semana, assustada com os freqüentes escândalos que podem desestabilizar o governo de sua pupila, a presidente Dilma Rousseff.
A articulação do governo se justifica diante de uma crescente pressão da opinião pública e da pequena oposição. Os oposicionistas na Câmara e no Senado vão tentar novamente criar comissões de investigações contra os ministros de Dilma. O alvo agora é o Ministério da Agricultura e a Companhia Nacional de Abastecimento.
Reportagem publicada no domingo (07) pela “Folha de S. Paulo”. aponta que receberam cargos na estatal um filho do senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB na Casa, a ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder da legenda na Câmara, um neto do deputado federal Mauro Benevides (CE) e um sobrinho de Orestes Quércia, ex-presidente do PMDB de São Paulo.
As nomeações ocorreram após o peemedebista Wagner Rossi assumir a direção da Conab, em junho de 2007. Rossi, homem de confiança do vice-presidente Michel Temer, é o atual ministro da Agricultura. Assinou de punho próprio várias dessas nomeações.
A movimentação dos partidos da oposição poderá prejudicar os interesses do Planalto nas votações no Congresso Nacional. No Senado, por exemplo, a pauta está trancada pela Medida Provisória 529/2011, que reduziu de 11% para 5% a alíquota paga pelo microempreendedor individual sobre o piso do salário de contribuição para a Previdência Social. Os senadores têm até o próximo dia 18 para votá-la antes que ela perca a validade.
Na Câmara, A pauta das sessões ordinárias está trancada por quatro medidas provisórias e por um projeto de lei com prazo de urgência constitucional vencido — o PL 1209/11, que cria o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Na terça-feira (09), na reunião do Colégio de Líderes, o presidente Marco Maia (PT-RS) irá propor um calendário de votações para os próximos dois meses, incluindo matérias sugeridas pelos partidos.