CGU não funciona – O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, do Democratas da Bahia, é apontado como um dos arautos da criação da CPMI da Corrupção que a oposição pretende emplacar para investigar sete ministérios. O parlamentar crê que a Controladoria Geral da União não funciona no Brasil. ACM Neto adiantou que, dentre as ações a serem tomadas pela oposição, uma audiência será marcada na Procuradoria-Geral da República para cobrar todas as representações protocoladas nos últimos meses sobre todas as denúncias no âmbito do governo federal. “Sobretudo no caso do Paulo Passos dos Transportes, do Pedro Novais, do Turismo, e queremos que Jorge Hage venha ao Congresso Nacional explicar o porquê da fragilidade de controle interno do governo”, disse.
ACM Neto afirmou que já há um requerimento para convocação do ministro Jorge Hage para dar explicações. “A CGU não está funcionando bem no Brasil. De duas, uma, ou a CGU tem medo e é pressionada politicamente. Ou ela é incompetente e ineficiente. As duas são muito ruins. Aí o ministro Jorge Hage tem que vir aqui se explicar. O País não pode ter um controle interno tão frágil como tem o Brasil”, disse o deputado.
O deputado baiano acredita que o clima político atual favoreça a inscrição de parlamentares pró-abertura da CPMI. “Vamos criar um site na Internet, numa iniciativa pluripartidária para revelar o nome dos deputados e senadores que estão assinando a CPMI. Como uma forma de facilitar a cobrança por parte da sociedade.” Segundo o líder do Democratas na Câmara, as denúncias são graves e não podem deixar de ser investigadas.
CPMI vale à pena
Para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), o Poder Executivo passa por uma péssima fase. “O Executivo está vivendo um momento de desalinho no mínimo total. Então, nós temos que tomar a providência de fazermos investigação. É uma obrigação nossa. Com isso, nós queremos buscar também os éticos do PMDB, que já anunciaram que vão nos apoiar. Algumas pessoas ligadas ao PT também. Nós temos a chance de fazer com que essa investigação ampla aconteça. Não é uma investigação contra o partido A ou B. Não é contra o ministério A ou B é contra toda a situação de descalabro que nós estamos vivendo”.
“Nós estamos a duas assinaturas da CPI dos Transportes e estamos a cinco assinaturas da CPI do BNDES. em algum momento essas duas CPIs podem ser instaladas. Agora essa outra é mista. As duas Casas buscando parlamentares a dar um basta nesse tipo de crime que vem acontecendo dentro dos ministérios”, adiantou o democrata.
Demóstenes citou a CPI do Apagão que desdobrou em quase 50 ações penais civis, destacando a importância do instrumento investigativo. “A CPI do Mensalão contribuiu muito para que o procurador-geral da República pudesse oferecer a denúncia contra os 40 ladrões. Temos a chance de instalar a CPI e fazer uma boa investigação”, disse.
Se o clima já é de obstrução na Câmara, o que veremos, caso seja instalada a CPMI necessária para apurar grande pacote de mazelas ministeriais, é a paralisação do Congresso. Mas a causa é justíssima.