Com Dilma – Ao menos nove senadores se inscreveram para falar na sessão plenária do Senado da próxima segunda-feira (15) em apoio às ações da presidente da República, Dilma Rousseff, no combate à corrupção. A informação é do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que está à frente do que chamou de “movimento” de suporte à chefe do Poder Executivo, atualmente às voltas com pressões em sua própria base parlamentar contra uma ação moralizadora, segundo o noticiário.
Além do próprio Simon, estão inscritos Cristovam Buarque (PDT-DF), Ana Amélia Lemos (PP-RS), Paulo Paim (PT-RS), Marcelo Crivella (PRB-RJ), Pedro Taques (PDT-MT), Wilson Santiago (PMDB-PB), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Eduardo Braga (PMDB-AM). Segundo a assessoria de Simon, ele conta ainda com Luiz Henrique (PMDB-SC), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Roberto Requião (PMDB-PR), entre outros.
“Vamos demonstrar ao Brasil o pensamento de uma grande maioria do Senado Federal em relação à hora que estamos vivendo. A tese é dar força à presidente da República para que ela faça um governo com integridade moral e ética. Vários parlamentares virão aqui dizer o seguinte: presidente, conte conosco”, assegurou o senador gaúcho, ao encerrar a sessão desta sexta (12).
A senadora Ana Amélia (PP-RS) também confirmou a presença. “A presidente Dilma vem mexendo com interesses sensíveis da sua base de apoio e, embora eu seja uma senadora independente dentro de um partido da base, eu acredito que essa é a hora de dar a ela o suporte político necessário”, ressaltou.
“Logo que o senhor me convidou para a segunda-feira, inscrevi-me imediatamente, porque quero estar nesse grupo”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o último a discursar para um plenário quase vazio, como de costume nas sextas-feiras.
Simon explicou que não se trata de solidariedade a Dilma no sentido de apoio programático à presidente da República. De acordo com o parlamentar do PMDB, há entre senadores simpáticos à “faxina” promovida pela presidente quem é a favor e quem é contrário ao programa do governo. E não se trata, igualmente, acrescentou Simon de “apoio unânime no sentido de que ela não tenha cometido equívocos”.
A presidenta Dilma já foi criticada pela maneira autoritária de tratar os integrantes do governo e parlamentares. A presidente deveria ter “mais jogo de cintura”, no entender de Simon.
De todo modo, não se justificariam as manchetes dos jornais afirmando que o Congresso se movimenta contra Dilma, inclusive com ameaças de votar projetos capazes de, a essa altura, complicar a vida do Executivo. Haveria também ameaças no sentido de impedir votação de matérias importantes. “Seria uma pressão do Congresso para que a presidente saia dessa linha de seriedade”, analisou o senador gaúcho.
Simon relatou ainda o resultado de contatos que tem mantido com dirigentes de instituições da sociedade civil. “A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e várias outras entidades estão fazendo um movimento nacional no sentido da seriedade e da responsabilidade. Não vai ser nem aqui, dentro do Congresso, nem na Justiça, muito menos no Executivo que vão nascer as formas para se encaminhar isso. Que venha o povo, que ele nos pressione, que ele nos coloque contra a parede!”, frisou o parlamentar de 81 anos, que teve papel importante na luta pela redemocratização do país durante o regime militar iniciado em 1964. Com informações da Agência Senado.