Parceria de volta – A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) recebeu no dia 6 de julho a aprovação do Grupo de Apoio Técnico (GAT) dos ministérios da Educação (MEC) e de Ciência e Tecnologia (MCT) para se recredenciar à Universidade de Brasília (UnB) no apoio de projetos de pesquisa. Para ser validada, também precisa passar pelo crivo dos secretários de Ensino Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, e de Desenvolvimento Tecnológico do MCT, Ronaldo Mota, além de ser publicada no Diário Oficial da União.
Com a publicação da portaria, a Finatec retomará as funções de compra de equipamentos e de insumos. Além do pagamento de bolsas para estudantes de pós-graduação, administrar a contabilidade de contratos com outras instituições. Mas, os acordos superiores a R$ 50 mil continuarão sendo fiscalizados pela Promotoria de Tutela das Fundações e Entidade de Interesse Social do MPDFT.
O detalhe é que não foram apuradas todas as irregularidades praticadas pela Finatec. É mister considerar também que as contas entre 1999 e 2008 não passaram pela aprovação do MPDFT.
E por incrível que pareça, em outubro de 2010, a entidade passou pelo consentimento do Conselho Universitário (Consuni) por 34 votos a favor, 15 contra e duas abstenções. Ou seja, esse corpo docente chegou à conclusão que o retorno da Finatec seria benéfico. Ali se estabeleceu a primeira etapa para o recredenciamento.
O Ministério Público do DF encontrou irregularidades em cinco entidades então ligadas à Universidade de Brasília (UnB). A apuração, revelada em 2008, aponta que a Finatec teria destinado R$ 470 mil (R$ 350 mil, segundo a UnB) à decoração do apartamento do então reitor Timothy Mulholland.
O escândalo derrubou Timothy do cargo, o vínculo da UnB com as cinco fundações de apoio acabou cortado e três perderam o credenciamento — Finatec, Fundação Universitária de Brasília (Fubra) e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico na Área de Saúde (Funsaúde). Entre as ilegalidades atribuídas à Finatec, havia também a remuneração indireta e irregular de professores contratados com dedicação exclusiva, além da subcontratação de empresas para executar serviços que deveriam ser prestados pelas fundações.