Golpe baixo – Entre os trinta e dois vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias, sancionada nesta segunda-feira (15) pela presidente Dilma Rousseff, um deles pode reverberar nos corredores do Palácio do Planalto. Trata-se de veto ao dispositivo que garantia os recursos necessários para ganhos reais (acima da inflação) para as aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O valor do referido seria discutido com as centrais sindicais e com representantes dos aposentados, mas nenhuma das partes foi consultada antes da decisão da presidente.
Trata-se de mais um desrespeito aos aposentados e pensionistas, que continuam à mercê da boa vontade dos donos do poder, enquanto seus benefícios são corroídos incessantemente pela inflação, que na carestia do cotidiano é mais assustadora do que nos índices oficiais.
Deputado federal pelo PTB paulista, Arnaldo Faria de Sá, um conhecido defensor dos aposentados, desaprovou a decisão da presidente Dilma Rousseff. Perguntado se a decisão poderia provocar alguma dificuldade ao Palácio do Planalto no Congresso Nacional, Faria de Sá disse que dificilmente isso ocorrerá. O parlamentar lembrou que o veto depende de aprovação no Congresso, que ainda tem vetos da era de Fernando Henrique Cardoso à espera de votação. Sobre o veto aos recursos que garantiram aumento real aos aposentados e pensionistas, Arnaldo Faria de Sá afirmou, inconformado, que “vai para as calendas”.
A decisão da presidente Dilma Rousseff contraria não apenas as promessas de campanha, mas as bandeiras levantadas por ela própria e por seu antecessor, Luiz Inácio da Silva, que durante oito anos flanou a reboque do slogan “Brasil, um país de todos”. Dilma, por sua vez, adotou o slogan “País rico é país sem pobreza”. Acontece que limitar o ganho dos aposentados à variação da inflação é fazer do Brasil um país de poucos, além de contribuir para o aumento da pobreza.
Ao final da rápida conversa com o ucho.info, o deputado Arnaldo Faria de Sá foi incisivo e contundente ao afirmar que “é covardia usar a crise internacional contra os velhinhos”.
