Posse de Roberto Gurgel na PGR foi pouco concorrida e serviu para afagos e reclamações

Pouca gente – Diferentemente do que ocorre nos eventos de posse de autoridades federais, a cerimônia de recondução de Roberto Gurgel à Procuradoria-Geral da República não foi tão concorrida. Ao Palácio do Planalto, na tarde desta segunda-feira (15), compareceram os ministros Marco Aurélio Mello, Carlos Ayres Britto e Cármen Lúcia Antunes Rocha, do Supremo Tribunal Federal, os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ) e José Sarney (PMDB-AP) e o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), além das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

Em rápido discurso, a presidente Dilma Rousseff, que desejou sucesso a Roberto Gurgel, disse que o governo agirá com isenção no combate à corrupção, mas aproveitou para mandar um recado transverso à Polícia Federal sobre os excessos cometidos durante a “Operação Voucher”.

Entrevistado pelo ucho.info, procurador-geral disse que dará prioridade aos casos que envolvem os ministérios do Turismo e da Agricultura, mas não quis adiantar se haverá oferecimento de denúncia contra os ministros, que, em caso positivo, responderão a processo no STF. Questionado sobre a declaração do deputado federal Roberto Freire (PPS-SP), que afirmou que a Procuradoria-Geral da República resgatou o status de “engavetadora”, Gurgel rebateu a acusação e disse que a declaração do parlamentar foi infeliz.

Líder do PMDB na Câmara dos Deputados, o potiguar Henrique Eduardo Alves disse que, ao contrário do que ocorreu na última semana, as votações devem ser retomadas na terça-feira (16). Enfatizando que o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), é um parceiro nas votações e que a base está motivada, Henrique Eduardo Alves disse que o Palácio do Planalto deu mostras de que tomou providências em relação aos excessos cometidos pela PF.

Alves declarou que conversou com as ministras Ideli Salvatti e Gleisi Hoffmann sobre a apresentação, por parte do governo, de um cronograma de liberação de verbas federais, especialmente para a execução da Lei de Diretrizes Orçamentárias. O líder do PMDB entende que trata-se de uma obrigação legal, não um favor palaciano.

Queimado na operação da PF que culminou com a prisão de integrantes de um grupo que desviava recursos do Ministério do Turismo, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, disse que a corrupção se combate na causa.