Química criminosa – Uma operação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal, deflagrada na manhã desta quarta-feira (17), desmontou o esquema criminoso de uma quadrilha responsável provavelmente pela maior fraude tributária já descobertas no País. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em pelo menos R$ 1 bilhão, apenas em impostos federais.
Ao todo, o golpe envolvia cerca de 300 empresas, muitas delas “laranjas”, que atuava no setor de produtos químicos. Entre os bens confiscados do grupo durante a “Operação Alquimia” estão uma ilha de 20 mil metros quadrados na costa de Salvador (BA), além de aeronaves, lanchas, carros de luxo, imóveis residenciais e industriais.
Realizada em 17 estados e no Distrito Federal, a operação contou com a participação de 650 agentes da PF, além de auditores da Receita Federal. Pela manhã, as equipes já haviam executado 18 dos 31 mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal, além de 129 mandados de busca e apreensão e o sequestro de bens de 62 pessoas físicas e 195 empresas, além de 42 dos 63 mandados de condução coercitiva – levar alguém para prestar depoimento, por exemplo. Todos os mandados foram expedidos pela Justiça Federal em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
Segundo o delegado federal Marcelo Freitas, que coordenou a ação por parte da PF, as investigações tiveram início na década de 90, em uma das empresas do grupo. Em 2009, a Polícia Federal e a Receita Federal descobriram que o grupo era composto por três centenas de empresas, parte delas com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
“A empresa que encabeça o esquema é uma grande empresa do setor químico, de capital aberto, com sede na Bahia e em São Paulo e filias em todo o País”, contou o delegado, sem revelar os nomes das companhias e das pessoas envolvidas na fraude. Mas revelou que uma dessas pessoas, o empresário que seria um dos donos do grupo econômico investigado, é o proprietário da ilha confiscada em Salvador, onde, de acordo com a PF, estavam várias embarcações, aeronaves e carros de luxo.
Realizada simultaneamente em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Bahia, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe, a operação, segundo as autoridades policiais, deve confiscar bens beiram a casa de R$ 1 bilhão. A maior parte dos investigados e das empresas, segundo a PF, está na Bahia e em São Paulo. Com informações do “Estadão.com”.