Olhar obtuso – Além do Partido da República, os parlamentares do Partido Progressista não estão se entendendo há alguns dias. Após o golpe em metade da bancada na Câmara dos Deputados, com a troca-surpresa na semana passada do líder Nelson Meurer (PR) pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), as críticas entre velhos progressistas passou para o ataque pessoal. Surgiu até uma gravação em que uma parlamentar teria se encontrado trocando confidências com um conhecido integrante da legenda.
Na liderança da bancada na Câmara Baixa o clima é de poucos amigos. A briga teria sobrado até para assessores que foram exonerados nesta semana. A substituição do líder aconteceu a partir de documento com 22 assinaturas (metade da bancada), tendo como principais protagonistas os ex-governadores Espiridião Amin (SC) e Paulo Maluf (SP), os senadores Benedito de Lira (AL) e Ciro Nogueira (PI) e a deputada Rebecca Garcia (AM), pré-candidata à prefeitura de Manaus.
O grupo que teria a simpatia do Palácio do Planalto isolou o ministro das Cidades, deputado licenciado Mário Negromonte (BA), que tem como seu escudeiro o paranaense Meurer. No meio do caminho ficou o ex-líder João Pizzolatti (SC), que voltou à Câmara há duas semanas depois de vencer uma batalha judicial por conta da Lei da Ficha Limpa. A banda derrotada do PP tenta sair das cinzas, mas dificilmente conseguirá reverter as assinaturas da maioria simples que permitiu a mudança na liderança.
As divergências internas surgiram, em muitos casos, por problemas paroquiais. O deputado Esperidião Amin, por exemplo, é adversário de Pizzolatti em Santa Catarina. Com interesses nas eleições estaduais de 2014, Pizzolatti poderia atrapalhar o projeto político da família Amin. Além disso, o ex-líder empurrou para a suplência Odacir Zonta, amigo de todas as horas de Esperidião.