Corroído pelo alarife Gilberto Linhares, Conselho Federal de Enfermagem está nas mãos do PCdoB

(Foto: Flick)
Tudo dominado – Repetindo o que acontece na máquina pública federal, que foi alvo de partidarização com a chegada de Luiz Inácio da silva ao poder central, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn) está totalmente dominado pelas mãos sedutoras do Partido Comunista do Brasil, que tem os principais dirigentes filiados ao partido. O atual presidente do COFEn é o rondoniense Manoel Nery da Silva, que iniciou o sistema de cooptação partidária ao lado de Ivete Barreto, do PCdoB de Goiás, atual Conselheira da Comissão de Tomada de Contas – que aprova a gestão financeira da milionária autarquia estatal. O COFEn tem uma arrecadação anual de mais de R$ 90 milhões, dinheiro proveniente das mensalidades pagas por de enfermeiros, técnicos e auxiliares – aproximadamente 1,6 milhão de trabalhadores em todo o Brasil.

O interessante é que a gestão do PCdoB no COFEn primou por contratar uma agência de propaganda vinculada ao partido – a paulista DeBrito (http://www.debrito.com.br). Tal agência, não por coincidência, tem a conta do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREn-SP) – maior arrecadador estadual da enfermagem – cujo presidente é Claudio Porto, que recentemente filiou-se ao PCdoB.

No Rio de Janeiro, onde o escândalo de corrupção na gestão do sistema COFEn/Coren fez o ex-presidente da autarquia, Gilbero Linhares, amargar longa prisão no Presídio de Bangu I, agora é dirigido Pedro de Jesus, considerado uma espécie de “cristão novo” nas hostes comunistas do partidão.

Filiações

O atual presidente do COFEn, Manoel Nery, faz questão de que todos os seus dirigentes filiem-se ao PCdoB, como forma de justificar as doações partidárias e controlar os votos do Colégio Eleitoral, que em setembro próximo escolherá os novos dirigentes das seções estaduais (COREn). Nery também se empenhou para filiar ao PCdoB as enfermeiras Francisca Valda da Silva (Rio Grande do Norte) e Marcia Krempell (mulher do atual presidente do COREn Paraná), bem como garantir a aliança com o PSB do seu secretário, o catarinense Gelson Albuquerque.

Candidatos

Como não poderá candidatar-se novamente à presidência do COFEN, Manoel Nery trabalha para centrar a chapa em dois atuais diretores da instituição – Antonio Marcos Freire (Pará) e Coutinho de Jesus (Espírito Santo) como candidatos do PCdoB, mas tendo Ivete Barreto como reserva do partido, no caso de eventual necessidade de trocar os dois pré-candidatos.

Ele garantirá (como já o fez no passado o preso pela Operação Predador da PF, Gilberto Linhares) vaga para si na primeira-secretaria ou tesouraria, além da representação do Brasil no Conselho Internacional de Enfermagem (CIE) com sede na Suíça.

Esquema

Na atual gestão do PCdoB à frente do COFEn ainda encontram-se membros da gestão desastrosa e corrupta de Gilberto Linhares, que continua cumprindo pena no presídio de Bangu I por desvio de dinheiro da autarquia federal. Linhares foi flagrado pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União, que identificaram um desfalque de aproximadamente R$ 60 milhões de reais, manobra criminosa orquestrada por sua equipe administrativa, quando o COFEn ainda tinha sede no glamouroso bairro carioca da Glória, onde tinha até um apartamento para encontros de alcova no andar da presidência.

Linhares sempre ocupava cargos de presidente ou tesoureiro, mantendo em sua gestão um rodízio entre seus “apaniguados” ou até mesmo familiares, como repete hoje o PCdoB, que dominou a autarquia federal e não quer perder o mando político e financeiro da instituição. Até porque, diz a sabedoria popular que nada é mais direitista do que um representante da esquerda no poder.

Silêncio obsequioso

Como atuais membros do PCdoB fizeram parte da gestão de Gilberto Linhares e poderiam contaminar o processo, Manoel Nery se dedica a colocar panos quentes sobre o processo disciplinar administrativo, oriundo do Rio de Janeiro, que em junho realizou plenária para julgar a expulsão do enfermeiro [Linhares] dos quadros profissionais daquele COREn, retirando a sua condição de profissional registrado, como medida punitiva pelo roubo de dinheiro público da autarquia federal. Desde a publicação da decisão de expulsão de Gilberto Linhares da Enfermagem brasileira, o atual COFEn não analisou sequer o pedido de reconsideração feito pelo advogado do seu ex presidente. Nery espera que o tema não seja usado por seu antecessor para que ele denuncie membros atualmente filiados ao PCdoB e que integraram a estrutura mafiosa de poder montada por Linhares ao longo de décadas no COFEn, quando até o atual presidente, comunista de careirinha, era um simples membro do COREn de Rondônia.

Palanque

O PCdoB utiliza-se da autarquia de forma desavergonhada, a exemplo do que faz com a União Nacional dos Estudantes, que recebe dinheiro público para ser uma Ong amestrada do Palácio do Planalto. Situação semelhante acontece na Agência Nacional de Petróleo (ANP), alvo de seguidas denúncias de corrupção, onde o ex-deputado federal do PCdoB, Haroldo Lima, dirige a estrutura de apoio a candidatos aliados. No último Congresso patrocinado pelo COFEn, organizado em Curitiba, Manoel Nery, deixou evidente a partidarização a autarquia e convidou como palestrante de honra da abertura, com todas as despesas pagas pelos enfermeiros, a deputada Manuela D’Ávila, do PCdoB gaúcho e ex-presidente da UNE, reduto do partidão. Audacioso, Manoel Nery tem em mente um projeto político: deseja sair candidato ao Senado ou à Câmara dos Deputados, em 2014, quando fará uso de uma ampla base de apoio construída nas eleições municipais do próximo ano, com patrocínio de candidatos a vereador e prefeito no PCdoB ou da chamada base aliada.

Fiscalização zero

Como o PCdoB controla as finanças do sistema COFEn e inclusive a Comissão de Tomada de Contas, a fiscalização pelo Governo Federal, através do Ministério do Trabalho, é nula, já que espertamente Manoel Nery e seus aduladores comunistas contrataram, com direito a polpudo e invejável salário, a irmã do ministro Carlos Lupi (Trabakho), como assessora da presidência do COFEn, mas com a prerrogativa de continuar morando no Rio de Janeiro.

Carmen Luppi ocupa o edifício onde Gilberto Linhares mandava na máfia da enfermagem na Glória, sem a necessidade de dar expediente na sede do órgão, em Brasília, onde estaria mais próxima do irmão, pedetista que cresceu politicamente por um descuido do falecido ex-governador Leonel de Moura Brizola.