Sentando a pua – Há dias, depois de o ministro Paulo Bernardo da Silva, das Comunicações, anunciar que Lula e Dilma conversariam sobre a escolha de um nome do PT para disputar a eleição presidencial de 2014, o ex-metalúrgico disse que é prematura a discussão e que o importante é focar nas disputas municipais de 2012.
O palavrório de Luiz Inácio da Silva, insuficiente para esconder o seu perfil histriônico, não lhe tira a condição de candidato a voltar ao poder central em janeiro de 2015, quando tomará posse o presidente eleito meses antes.
Para mostrar que é candidato à presidência em 2014, Lula da Silva já colocou na rua a campanha de Fernando Haddad, ministro da Educação, que no próximo ano deve disputar a prefeitura da maior e mais importante cidade brasileira, São Paulo, pelo Partido dos Trabalhadores. Na segunda-feira (22), após conceder entrevista à Rádio Jovem Pan, Haddad se reuniu com Lula, que lhe cobrou solução para o caso do piso nacional do magistério. A mesma cobrança foi feita ao advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Lula se comporta como se Dilma Rousseff não existisse ou, então, fosse um estafeta de luxo que foi fincado no Palácio do Planalto para lhe guardar a vaga. O ex-presidente, que desconhece o bom senso, presta um enorme desserviço ao País quando transforma o Instituto da Cidadania, Ong que retomou após deixar a presidência, em sede de um governo paralelo.
Outra prova incontestável de que Luiz Inácio da Silva é candidato a retornar ao Palácio do Planalto é sua dedicação à candidatura de Fernando Haddad, figura sem qualquer expressão política, mas que deve desbancar os outros candidatos do partido. E Haddad, que tem adotado um discurso moderado em relação à corrida rumo ao trono paulistano, está disposto a se transformar em marionete do messiânico Lula, que sonha em fazer da Pauliceia Desvairada uma espécie de via rápida para o Palácio do Planalto.
Para que seu plano político dê certo, Lula encontrou-se na segunda-feira com alguns pré-candidatos do PT à prefeitura de São Paulo. Estiveram no Instituto da Cidadania a senadora Marta Suplicy e os deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto. O senador Eduardo Suplicy, que sonha em concorrer em 2014, não foi chamado por Lula. Todos os que foram ao encontro ouviram de Lula que é necessário um nome novo para disputar a prefeitura da capital dos paulistas.