Greve na Saúde de Porto Alegre aponta falhas no atendimento que pode durar até cinco anos

(*) Jorge Américo, da Radioagência NP –

Os servidores municipais, estaduais e federais, que atuam na rede de saúde pública da Prefeitura de Porto Alegre, iniciaram uma greve que atingiu todos os postos de atendimento do município. Diversas categorias aderiram ao movimento. Participam técnicos e auxiliares de enfermagem, funcionários do setor administrativo e áreas de apoio em geral.

Os médicos não participam da greve. No mês de junho, a Câmara Municipal estabeleceu um novo plano de carreira para a categoria. Na ocasião, foi criado o cargo de especialista médico, com jornada de 20 horas semanais, além de gratificações.

Os trabalhadores defendem redução da jornada de trabalho, sem redução de salário. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Sul (Sindisprev/RS), Joel Soares, afirma que a prefeitura se recusou a negociar quando a categoria sinalizou que iria entrar em greve.

“A gente tentou de toda forma evitar que houvesse esse confronto, mas o prefeito foi intransigente. Nós queremos que seja regulamentada a carga horária já existente de todos os profissionais para 30 horas semanais. Entendemos que é possível suportar na rede de saúde.”

A greve também está servindo para denunciar as condições de atendimento nas unidades de saúde. Em alguns casos faltam equipamentos e acessórios básicos até mesmo para fazer curativos. Soares relata que a greve recebeu apoio da população.

“Eles estão entendendo isso porque sabem que têm dificuldade para marcar a primeira consulta e as pessoas estão levando até cinco anos para ter atendimento nas especialidades. Sabem que é necessário contratar mais profissionais e equipar os prédios e o pronto-atendimento.”