Estresse palaciano – A crise provocada pelas denúncias que assombram a Esplanada dos Ministérios e os movimentos dos companheiros Lula da Silva e José Dirceu parecem prejudicar a memória da presidente Dilma Rousseff. Para enfrentar os desafios, inclusive de um “governo paralelo”, como observou nesta tarde o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a presidente resolveu incrementar sua agenda de viagens ao interior do Brasil.
Na mesma velocidade que crescem os seus compromissos externos, também sobem as possibilidades de atos falhos. Na última semana, Dilma se atrapalhou ao discursar na Marcha das Margaridas, ato realizado em Brasília com milhares de pessoas. A presidente chamou o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, seu companheiro de partido, de “Agnelo Rossi”, uma ligeira confusão com o nome de Wagner Rossi, o ex-ministro da Agricultura que pediu demissão ao ser flagrado em denúncias sobre o uso de jatinho de uma empresa de agronegócios.
Na viagem desta terça-feira (30) ao interior de Pernambuco, Dilma Rousseff escorregou novamente no discurso. Na fala de encerramento no município de Cupira, a presidente Dilma cometeu um deslize irreparável, segundo conta o jornalista Magno Martins. Chamou Cupira de Curupira.
Assim como em Garanhuns, Cupira no agreste pernambucano fez protesto. Os manifestantes cobravam do governador Eduardo Campos (PSB) o pagamento do piso do magistério estadual, abertura de um posto do INSS, de uma delegacia da Polícia Federal, melhorias na saúde e construção de uma estação de tratamento de esgoto. Em Garanhuns, Dilma enfrentou protesto semelhante. Técnicos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) reclamaram uma solução para a crise nos hospitais universitários.
Cupira fica a 130 quilômetros de Recife. O então povoado de 1900 tornou-se distrito do município de Panelas, com o nome de Taboleiro, tornando-se mais tarde município com o nome de hoje. Tem população de 23 mil habitantes e seu IDH é considerado médio, com pontuação de 0,606, segundo o PNUD.
Já Curipira é uma cidade cearense e também uma entidade da floresta que agride caçadores ou os confunde. De acordo com o “Fantastipedia”, seu nome vem de curumi, menino e pira, corpo: corpo de menino. É mais conhecido por esse nome na Amazônia, no Maranhão e no Sudeste do Brasil, exceto Espírito Santo.