Investimento na prevenção de incêndios florestais é menor do que o previsto pelo governo federal

Desmatamento – Levantamento realizado pelo site “Contas Abertas” nas cinco ações relacionadas à proteção da vegetação, administradas majoritariamente pelo Ministério do Meio Ambiente, revela que todo o dinheiro gasto este ano para atender aos projetos e atividades representa 55,1% do orçamento previsto. Dos R$ 96,4 milhões autorizados, cerca de R$ 53,1 milhões foram aplicados até o final de agosto, incluindo restos a pagar.

Nos últimos 10 anos, cerca de R$ 547,4 milhões foram desembolsados para o programa “Prevenção e Combate aos Desmatamentos, Queimadas e Incêndios Florestais”, que prevê treinamentos de brigadas, monitoramento por satélite, fiscalizações e outras ações, especialmente no centro-oeste e norte do país.

Além de fiscalizar, a proposta é proporcionar alternativas que evitem fogo e desmatamento. O programa já executou, por exemplo, ações de combate a incêndios florestais, com envio de equipamentos, pessoal e recursos para mais de 16 estados. Também ministrou cursos de queima controlada em assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e áreas indígenas, além de realizar treinamentos nas áreas de formação de brigada de combate a incêndios florestais e de planejamento no manejo de fogo em unidades de conservação.

Até o ano passado os resultados mostraram que tamanho investimento estava sendo recompensado, pois o desmatamento na Amazônia, maior floresta tropical do mundo, diminuiu. Contudo, em 2011 esta tendência deve ser revertida. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados no começo de agosto, mostram que o acumulado de área desmatada do ano atingiu 2.429 quilômetros quadrados, contra 2.295 quilômetros quadrados no ano passado.

Mesmo que em julho nenhuma árvore tenha caído na Amazônia, o crescimento da taxa entre agosto de 2010 e julho de 2011 terá sido de 6%, se comparado ao igual período do biênio 2009/2010 Vale ressaltar que o desmatamento é medido sempre de agosto a julho do ano seguinte.

Entretanto, se forem analisadas apenas as estatísticas do mês de julho há o que ser comemorado. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento na Amazônia Legal atingiu 93 quilômetros quadrados no período. Isso representou redução de 40% no desmatamento de julho de 2011 em relação ao desmatamento detectado em julho de 2010. No ano passado foram atingidos 155 quilômetros quadrados.