Governo federal teme inflação acima do teto da meta e adia aumento do imposto sobre cigarros

Manobra de ocasião – Por meio de nota, o Ministério da Fazenda informou nesta terça-feira (6) que o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os cigarros, previsto para dezembro próximo, foi adiado para o início de 2012.

Em agosto, a Receita Federal informou que o preço do cigarro aumentaria 20% em dezembro, chegando a 55% em 2015. Na ocasião, o governo federal anunciou uma política de preços mínimos para os cigarros, que passaria a ser de R$ 3 a partir de dezembro. Até 2015, o preço mínimo subirá para R$ 4,50. No modelo atual de comercialização não há preço mínimo.

A elevação do IPI sobre o cigarro foi decidida para compensar parte da perda de receita provocada pelos novos benefícios concedidos à indústria de tabaco, que provocarão um impacto nas contas públicas da ordem de R$ 24,5 bilhões em 2011 e 2012. De acordo com a Receita Federal a elevação escalonada do IPI sobre o cigarro aumentará 105% até 2015, chegando a R$ 7,7 bilhões anuais.

A repentina decisão de adiar o aumento do imposto pode ter explicação na tentativa do governo federal de conter a inflação, que deve fechar o ano ligeiramente acima do teto da meta, que é de 6,5%. Caso o aumento previsto para dezembro fosse mantido, a alta dos preços dos cigarros puxaria a inflação para cima.