Protesto no Dia da Independência lembra que corrupção provoca prejuízos de R$ 70 bilhões

Movimento de cidadania – Em diversas cidades brasileiras, o desfile de quarta-feira, 7 de setembro, não será marcado apenas pelas apresentações civis e militares, que tradicionalmente celebram a Independência do Brasil. Há alguns dias, nas mídias sociais, os cidadãos brasileiros se mobilizam para a “Marcha Contra a Corrupção”, que pretende alertar o cidadão brasileiro sobre a gravidade da corrupção generalizada no setor público e privado. O intuito é mudar a cultura brasileira de indiferença ao problema.

O protesto foi organizado diante das recentes denúncias de corrupção ocorridas nos ministérios dos Transportes, Turismo e Agricultura. Contudo, a grande adesão da sociedade ocorreu depois que a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) se livrou do processo de cassação do mandato. Na ocasião, a Câmara dos Deputados, em votação secreta, absolveu a parlamentar da acusação de participar do esquema de propina no governo do Distrito Federal, apesar de um vídeo evidenciar o fato.

O principal desfile do País acontece em Brasília e deve reunir cerca de 50 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, ao custo de R$ 900 mil. Os organizadores prometem que o protesto será um ato pacífico, apartidário e que não vai atrapalhar o desfile. A ideia é seguir em passeata até o mais próximo possível do palanque, onde ficarão os políticos que vão assistir à Parada Militar de 7 de setembro.

Em entrevista ao “Contas Abertas” em meados de junho, o deputado federal Francisco Praciano (PT- AM), coordenador da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, afirmou que as 116 proposições legislativas que visam combater a corrupção encontram-se paradas no Congresso Nacional. A maioria tramita há mais de 10 anos, algumas estão prontas para irem à votação, mas continuam engavetadas nos gabinetes.

Segundo Praciano, é preciso fazer exatamente o que a “Marcha Contra Corrupção” pretende, cobrar atitude dos parlamentares e movimentar a sociedade e a imprensa, de forma a aumentar a pressão e agilizar a votação dos projetos.

O deputado lembrou ainda que o levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou que, anualmente, o País perde de R$ 45 bilhões a R$ 70 bilhões por conta da corrupção. “Esse dinheiro é da sociedade, é do povo”, afirmou o parlamentar, segundo informa o “Contas Abertas”.