Longe de mim – Nove entre dez pessoas que acompanharam o desfile de 7 de Setembro, em Brasília, ficaram encantadas com a presença do neto da presidente Dilma Rousseff, Gabriel, no palanque montado na Esplanada dos Ministérios.
Longe da inocência popular, um detalhe durante a parada militar chamou a atenção de alguns profissionais de comunicação que cobrem o cotidiano da política nacional. No palanque oficial, os comandantes das Forças Armadas ficaram distantes da presidente Dilma, o que não aconteceu nos anos anteriores. Nos lugares normalmente ocupados pelos militares estavam assessores presidenciais e ministros civis, o que mostra que a relação de Dilma Rousseff com as Armas continua sendo das piores. De acordo com o cerimonial do Palácio do Planalto, os comandantes militares foram acomodados em lugares de destaque, na primeira fileira, mas longe da presidente.
O primeiro sinal de que algo errado havia nessa relação foi a indicação do embaixador Celso Amorim para comandar a pasta da Defesa. Integrante da esquerda festiva e com histórico de enfrentamento dos militares durante a ditadura, Amorim não foi bem aceito pela cúpula do Exército, Marinha e Aeronáutica.
O segundo detalhe nesse tenso convívio é a relação nada boa de Dilma Rousseff com o general José Elito Carvalho, do Gabinete de Segurança Institucional. Presa política durante a ditadura militar, Dilma ainda guarda mágoas da época em que foi presa e torturada. Mesmo assim, a neopetista Dilma Rousseff deve uma explicação sobre o destino do dinheiro que estava no cofre do então governador de São Paulo, Adhemar de Barros, roubado de uma casa em Santa Teresa. Há quem diga que o dinheiro foi entregue ao então presidente da Argélia, um conhecido esquerdista da época, mas no contraponto há quem garanta que a dinheirama ficou por aqui mesmo e serviu para abrandar algumas condenações da época plúmbea brasileira.