Transgressor contumaz, Pedro Novais abusa da ironia e afirma que cumpriu o “dever” de pedir demissão

Guilhotina palaciana – Escolhido para comandar o Ministério do Turismo na esteira de um acordo com o PMDB, mas com a rubrica do senador José Sarney, o caudilho maranhense, Pedro Novais ficou no cargo apenas 256 dias. Nesse período, Novais foi recebido uma única vez pela presidente Dilma Rousseff. Na carta de demissão entregue à presidente, o agora ex-ministro negociou a inclusão de uma frase: a de que ele cumpria o “dever” de pedir demissão. Na verdade, Novais foi demitido, mas o protocolo oficial concede ao degolado a benesse de deixar o cargo na condição de “maior abandonado”.

Advogado, Pedro Novais Lima nasceu em na cidade maranhense de Coelho Neto, em 7 de julho de 1930. Antes de estrear na seara política, Novais foi auditor fiscal do Tesouro Nacional, em 1956. Tendo estreado na vida partidária na década de 70, Pedro Novais assumiu o primeiro mandato parlamentar em 1983.

Inicialmente filiado à Arena, legenda que apoiou politicamente o regime militar, Novais migrou para o PMDB em 1980. Em seguida foi para o PDC e PPR, até retornar ao PMDB em 1994. Sempre flanando na órbita do clã Sarney, a quem obedece de forma vexatória, Pedro Novais foi secretário da Fazenda do Maranhão em duas ocasiões – de 1975 a 1978 e de 1988 a 1990.

Confira abaixo a íntegra da carta de demissão de Pedro Novais

“Excelentíssima Senhora Presidenta Dilma Rousseff,

Cumpro o dever de pedir-lhe minha exoneração do cargo de Ministro de Estado do Turismo, para o qual fui honrosamente nomeado por Vossa Excelência.

Aproveito o ensejo para externar-lhe meus protestos de elevada consideração e respeito”.