Distritais acusam o presidente da Câmara Legislativa de concentrar decisões e não discutir temas

Relação ruim – A insatisfação dos deputados não é somente com o Palácio do Buriti. O próprio presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT) ontem foi alvo de descontentamento pelo que alguns distritais chamam de “desmandos do Patrício”. “Ele não consulta ninguém. Se sente o dono da Casa quando é só o p re s i d e n t e”, disse um parlamentar, se referindo à atitude do petista de retirar da Ordem do Dia os projetos de lei do governo, créditos que somam mais de R$ 280 milhões. Patrício teria retirado os itens da pauta sem um acordo de líderes.

Em uma possível retaliação à atitude do presidente e também demonstrando que não aceitarão as constantes faltas do presidente, os líderes dos blocos acordaram que só votarão, de agora em diante, projetos de deputados que estiverem presentes em Plenário. “Não vamos abrir mão de que a pessoa esteja presente para votar o projeto dela. Só serão aceitas ausências justificadas”, explicou Rôney Nemer (PMDB).

Com a nova regra aprovada pelo colégio de líderes no Plenário, os deputados votaram para decidir se iriam ou não aprovar um projeto de Patrício que torna o educador Paulo Freire o patrono da Educação no DF. “Vamos abrir uma exceção pelo que representa Paulo Freire para a educação”, defendeu Professor Israel Batista (PDT). Depois de muita discussão, decidiram votar, mas o vice-presidente Dr. Michel (PSL), que presidia a sessão devido à ausência de Patrício, deixou bem claro: “Quem está ganhando aqui é o Paulo Freire”.

O líder de governo, Wasny de Roure (PT), ainda tem esperanças que a relação entre Executivo e Legislativo mude e espera aprovar na próxima semana os créditos do GDF. “Vários distritais reclamam de não conseguir falar com o governador há muito tempo. É o jeito desse governo se relacionar, mas lamento profundamente, pois eram projetos importantes”, disse. Os deputados, prometem mais retaliação e não querem votar tão cedo os projetos do Buriti. As informações são do “Jornal de Brasília”.