IPI para carros importados de fora do Mercosul será maior, até dezembro de 2012, afirma Guido Mantega

O céu é o limite – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quinta-feira (15) que o governo aumentará em 30 pontos percentuais a alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre os carros importados de fora do Mercosul. A medida é válida até dezembro de 2012. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) esclareceu que o aumento do imposto não vale para as importações do México, com o qual o Brasil possui acordo automotivo.

A previsão é que a medida englobe de 12 a 15 empresas e que metade das importações tenha seu imposto elevado. “A partir de amanhã (sexta), estamos elevando o IPI para automóveis e caminhões em todas modalidades no nível de 30% [pontos percentuais]. Os veículos até mil cilindradas, que era de 7% [o IPI], vai para 37%. De mil a duas mil cilindradas, cujo IPI era de 11% e 13%, vai ficar 41% e 43%. Um aumento de 30% [pontos percentuais] em todas modalidades de automóveis e caminhões”, declarou o ministro.

O aumento não atingirá os produtos nacionais, ou da Argentina, país com o qual o Brasil possui acordo automotivo, que preencham alguns requisitos. Entre eles, que os carros tenham, no mínimo, 65% de conteúdo nacional e regional e, além disso, façam investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias. Segundo Mantega, as empresas que preencherem seis de onze requisitos, como montagem do veículo, estampagem, pintura, fabricação de motores, de transmissões, de embreagem, câmbio, no Brasil, não terão o imposto elevado.

“São 11 itens. As que preencherem 6 itens, não terão essa majoração [do IPI]”, explicou o ministro. Ele acrescentou que, caso empresas que atuem fora do País desejem ter as mesmas condições, poderão se instalar no Brasil e preencher os requisitos para ter o IPI menor.

Guido Mantega explicou que a medida visa fortalecer a produção brasileira e dar mais condições para que a indústria nacional possa competir em “condições mais sólidas” com a concorrência internacional.

“As medidas são estímulos para a indústria automobilística brasileira. Aquela que produz veículos, automóveis e caminhões no Brasil e Argentina. A crise tem diminuído consumidores de veículos no mundo e a indústria automobilística mundial está com capacidade ociosa. Há uma disputa maior pelos mercados e o Brasil tem mantido as vendas de veículos elevadas”, explicou o titular da Fazenda.

O ministro avaliou ainda que há um certo “desespero” da indústria mundial, pois, em sua avaliação, faltam consumidores. “O Brasil está sofrendo este assédio da indústria mundial. Nosso consumo vem crescendo e este aumento tem sido preenchido fundamentalmente por importações. Portanto, corremos o risco de estar exportando empregos para outros países”, disse Mantega.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, as contratações da indústria automobilística, em agosto deste ano, somaram 3.366, contra 5.606 vagas formais de emprego criadas em igual período do ano passado. Com informações do G1.