Chumbo grosso – A queda de braços entre a neopetista Dilma Rousseff e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, parece não ter fim. O mais novo capítulo dessa briga tem como pano de fundo a Lei Geral da Copa, assinada pela presidente da República na última sexta-feira (16) e que deve ser enviada ainda nesta segunda ao Congresso Nacional. Nas duas Casas legislativas – Câmara dos Deputados e Senado – a base aliada já foi devidamente orientada para que não permita que a chamada “bancada da bola” atenda aos interesses da CBF e de Ricardo Teixeira.
A Lei Geral da Copa prevê ingressos com desconto para pessoas com mais de sessenta anos, mas deixou em aberto duas questões que podem render discussões acaloradas: a meia-entrada para estudantes e a venda de bebidas alcoólicas nos estádios que receberam jogos da Copa do Mundo de 2014. O tema envolvendo as bebidas alcoólicas terá de respeitar as respectivas legislações estaduais, mas um forte lobby das empresas do setor deve entrar em cena nos próximos dias.
No vácuo da entrevista que Ricardo Teixeira concedeu à revista “Piauí”, na qual afirmou que durante a Copa poderia cometer todas as maldades que quisesse, a começar pela concessão de credenciais, o Palácio do Planalto quer que a FIFA defina regras claras para o credenciamento, o que impediria as anunciadas retaliações.
A presidente Dilma Rousseff recomendou aos assessores que cobrem da entidade máxima do futebol planetário uma definição de critérios objetivos para determinar quem receberá ou não credencial. A FIFA, por sua vez, já explicou que tem autonomia para recusar um pedido de credenciamento, sem ter de dar maiores explicações, e que não seria diferente no Brasil.
Acontece que no olho desse furacão está a TV Record, que pode ter reduzido o número de credenciais. Conhecida desafeta da Rede Globo, que há décadas tem privilégios na CBF, já acionou os seus defensores no Congresso Nacional. Mas é importante lembrar que a emissora da família Marinho está em pé de guerra com Ricardo Teixeira.