Pela culatra – Semanas atrás, quando o ministro Guido Mantega, da Fazenda, anunciou medidas para conter o derretimento do dólar diante do real, os jornalistas do ucho.info chamaram a atenção para o fato, uma vez que a desvalorização da moeda norte-americana funcionava como um mecanismo para conter a inflação no País.
Recentemente, o Comitê de Política Econômica do Banco Central, o Copom, pressionado pelo Palácio do Planalto, apostou no cenário internacional e reduziu a taxa básica de juros (Selic), o que foi considerado uma ação temerosa por nove entre dez analistas do mercado financeiro.
Com a crise internacional provocando instabilidade em diversas economias ao redor do planeta, o mercado financeiro mundial tem reagido de maneira inesperada. Na quinta-feira (22), o dólar fechou o dia valendo R$ 1,90 (alta de 2,26% em relação ao dia anterior), sendo que no momento de pico foi cotado a R$ 1,95. O recuo da moeda ianque só foi possível porque o BC entrou vendendo contratos cambiais futuros.
Tal cenário aponta para a pouca confiança dos investidores nas medidas do governo brasileiro em relação à crise, por mais que a presidente Dilma Rousseff tenha afirmado, em Nova York, que o Brasil “está a postos”. A entrada do BC no mercado, vendendo contratos convencionais de “swap”, mostra que a recente aposta da instituição foi errada. No contraponto, a disparada do dólar fará com que muitos dos produtos brasileiros, que dependem de componentes ou matérias primas importados, terão o preço reajustado.
Diante de todo o quadro, a inflação brasileira deve encerrar o ano acima do teto da meta, de 6,5%. Muito estranhamente, nenhum petista – ou até mesmo aqueles eternos bajuladores de plantão – ousou comentar sobre a herança maldita deixada por Luiz Inácio da Silva.