Governo precisa controlar mercado de medicamentos, pois genéricos custam mais do que os de referência

Fim da picada – Não faz muito tempo, o Ministério da Saúde determinou novas regras para o consumo de antibióticos, que anteriormente eram vendidos a esmo nas farmácias de todo o País. A decisão ministerial tem por meta eliminar o uso indevido dos antibióticos, prática que pode criar resistência de determinadas doenças, dificultando o tratamento.

Na verdade, muito além da preocupação pontual há por parte do Ministério da Saúde o objetivo de não onerar os cofres públicos com tratamentos longevos de pacientes imunes a determinadas classes de antibióticos. É fato que o Brasil é um dos campeões da automedicação, mas as autoridades precisam atentar para o preço dos remédios.

Quando foram lançados pelo então ministro da Saúde José Serra, os medicamentos genéricos visavam aumentar o acesso da população de menor poder aquisitivo a tratamentos anteriormente caros. À época, o mote do lançamento do programa garantia preços 40% menor em larga gama de medicamentos.

Maior cidade brasileira, São Paulo vez por outra exibe situações inexplicáveis. O preço do antibiótico Clavulin, medicamento referência, custa 40% menos que a versão genérica. Há algo muito estranho nessa história, pois em muitos casos os mesmo laboratórios fabricam os medicamentos considerados de referência e os genéricos. Se o Ministério da Saúde não entrar em cena, o escândalo deve ser maior ainda, pois muitos cidadãos vão às farmácias em busca de genéricos.