Fiscalização – O monitoramento por satélites feito pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou em agosto 164 km2 de derrubada de florestas na Amazônia Legal, o menor nível da série histórica, iniciada em 2004. A queda foi de 38% em relação ao ano passado.
Os dados foram divulgados pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que atribui a redução à ação da fiscalização nas regiões que apresentavam maiores índices de desmatamento, como Boca do Acre (AC), São Félix do Xingu (PA), Novo Progresso (PA), Redenção (PA) e Sinop (MT).
Na coletiva de hoje, a ministra também divulgou o dado final sobre desmatamento elaborado pelo projeto Prodes relativo ao ano passado (agosto/09 a agosto/10). A estimativa divulgada no final do ano passado era de 6.451 km2 e agora passou para 7.000 km2, mesmo assim se mantendo no menor patamar da série histórica iniciada em 1988.
O sistema detecta apenas desmatamentos com área maior que 25 hectares. Devido à cobertura de nuvens, pode ser que nem todos os desmatamentos sejam identificados pelo Deter, que no período de janeiro a agosto deste ano constatou 1.582 km2 de florestas derrubadas, área 14% superior à registrada em igual período do ano passado (1.393 km2). O maior crescimento relativo foi registrado em Rondônia, que atingiu 249 km2 (+102%). A maior expansão em termos absolutos foi em Mato Grosso, onde atingiu 769 km2 (mais 316 km2).
Izabella Teixeira atribui o aumento ao repique nos desmatamentos ocorridos em abril deste ano em Mato Grosso, quando houve derrubada de 405,5 km2. A explicação, diz a ministra, foi dada pelos secretários de Meio Ambiente de Mato Grosso e Rondônia, que atribuíram o repique às discussões sobre o novo Código Florestal. No caso de Mato Grosso, outro fator que teria contribuído foi a anistia concedida até o final do mês pelo pela lei estadual que criou o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE), que ainda depende de aprovação do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
A ministra afirmou que encomendou um estudo, que será divulgado até o final do ano, sobre a correlação entre a alta de preços das commodities e as taxas de desmatamento. Ela disse que em função do gabinete de crise instalado em maio deste ano o Ministério do Meio Ambiente está tendo acesso aos bancos de dados dos Estados, para checar se os desmatamentos foram autorizados. Segundo ela, apenas o Pará ainda não disponibilizou as informações. As informações são da “Agência Estado”.