(*) Samuel Celestino, do Bahia Notícias –
A representação política baiana, especialmente da Câmara de Vereadores, tende a piorar, e muito, nas eleições de 2012. Os partidos políticos, todos farinha do mesmo saco, desprovidos de qualquer ética, iniciaram um processo de caça a candidatos inexpressivos, senão analfabetos ou quase isso, mas com alguma popularidade, mesmo que negativa. Assedia-os para se candidatarem por suas legendas e não necessitam de muito argumento para convencê-los.
Para tais partidos, no final, tanto faz como tanto fez que se elejam ou não, porque o que buscam é o somatório do voto de legenda. Não têm nenhuma preocupação, ou responsabilidade, com a população de Salvador e com a qualidade dos representantes do povo na Casa Legislativa.
As consequências diretas de procedimentos como tais, sem ética e sem princípio, acabam por levar, depois de a Câmara eleita, à venda das posições (votos) dos vereadores, em matérias do interesse de segmentos empresariais, ou da municipalidade.
Os prefeitos são obrigados a comprar, mediante empreguismo, a posição dos edis, ou não aprovam os projetos do interesse de Salvador. Outros são do interesse do capital, do empresariado e o método de conquista é o mesmo: propina. Se você, leitor, ler com cuidado e atenção os nomes de possíveis candidatos em notas postadas nesta edição do BN, os mais sensíveis se chocarão. Vai da “professorinha do tudo enfiado” ao que se imaginar.
Os partidos estão, principalmente, à caça de locutores, radialistas, na vã (talvez nem tanto) expectativa de que têm voto nas camadas da população de baixa renda, difícil de ser alcançadas pela propaganda, mas facilmente através do rádio. Como melhorar a representação popular do povo com partidos que partem do principio da quantidade dos eleitos e não da qualidade deles? Para amenizar comentário que, reconheço, tão duro, trata-se de um fenômeno nacional, que abrange também religiosos, principalmente pastores de pentecostais.
É uma vergonha. Esta situação só muda com uma reforma política, que é tudo o que os partidos não querem.
Daí a imagem dos políticos, normalmente tidos com inescrupulosos, quando boa parte não é bem assim, embora outros sejam mesmo bandidos. Preparem-se para assistir, no horário eleitoral, a candidatos não só inexpressivos como figuras repelentes, grotescas, que só amesquinham os próprios partidos que lhes dão legenda.
Sem se falar na classe política onde estão encastelados os grandes corruptos e gatunos do país. São os protegidos pelo manto corporativo e do que o Executivo considera “necessário para a governabilidade”. Não é, presidente Dilma?