Fogo amigo – Sem candidato com chances de vitória na corrida rumo à prefeitura de São Paulo, o Partido dos Trabalhadores, que nessa empreitada terá de respeitar a vontade de Luiz Inácio da Silva, já começou a desdenhar dos eventuais adversários, um ano antes das eleições municipais de 2012. Secretário-geral do PT, Elói Pietá disse que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, desconhece a periferia paulistana. “Eu pergunto qual é a chance do Meirelles na periferia de São Paulo? Na periferia tem que ter enraizamento para ter confiança lá. E o Meirelles não conhece muito esse mundo, ele conhece muito o mundo da administração financeira”, declarou o petista.
Pietá, que é mais um daqueles que acreditam ser o PT um reduto de salvadores da pátria, ignora que se a avaliação de Lula da Silva, enquanto presidente da República, tinha algo de verdadeiro, essa porção se deveu a Henrique Meirelles, que com competências conduziu durante oito anos a política monetária nacional. Melhor nome da equipe do ex-metalúrgico, Henrique de Campos Meirelles abriu mão de um mandato de deputado federal, pelo PSDB de Goiás, para assumir a presidência do Banco Central. Em 2009, a pedido do próprio Lula, o então comandante do BC se filiou ao PMDB, na esperança de ser escolhido como candidato a vice na chapa da neopetista Dilma Vana Rousseff.
Escolhido para assumir a Autoridade Olímpica brasileira, o que aconteceu por conta de sua reconhecida competência, Henrique Meirelles certamente é mais preparado para administrar uma cidade complexa como São Paulo do que o atual ministro da Educação, Fernando Haddad, que Lula quer impor como candidato do PT. Até porque, quem não é capaz de gerenciar uma prova como o Enem, que foi alvo de fraudes e outros quetais, não pode sonhar em ser prefeito da maior cidade brasileira.
No contraponto, pesa contra Meirelles o fato de o prefeito Gilberto Kassab, cuja popularidade está em baixa, ser seu principal cabo eleitoral.
