O desafio de educar um filho num mundo com 7 bilhões de humanos

    (*) Gilmar Corrêa –

    Daqui a alguns meses o Planeta terá 7 bilhões de pessoas. É um nascimento a cada cinco segundos. Nesta estatística estão chineses, indianos, povos que contribuem com o maior número de habitantes há muitas décadas. O Brasil deve chegar em breve a 200 milhões de pessoas.

    E neste grupo estará um brasileirinho que ainda está no ventre de sua mãe. Vai nascer quando o mundo bater os 7 bilhões. Não sei se o destino lhe fará cair sobre a cabeça os exatos bilhões, mas sob seus ombros estará a carga de uma série de responsabilidades.

    O mundo não é o mesmo de Jesus Cristo, há dois mil e tantos anos. Nem se compara também aos anos 20 do século 20, na Belle Épóque, quando criou-se uma cultura cosmopolita e o costume de beber champanhe na primavera francesa. O fato é que as coisas mudaram, assim como também enxergamos o futuro.

    Se naquela época a aristocracia se alimentava da miséria humana, hoje a tecnologia rejeita milhares de homens e mulheres, crianças e velhos. Vivemos uma época difícil, talvez porque o combustível dessa engrenagem seja o consumismo exacerbado, que provoca efeitos colaterais.

    A falta de perspectivas num mundo cada vez mais competitivo assusta, pois que a luta é/será entre você e o mundo, e não entre pares. O futuro do ponto de vista humano é tenebroso. É por isso que a chegada de um filho nos remete a receios e medos. Nossas previsões se fecham diante de uma sociedade fugaz e muito mais complexa. A família como se via nos anos 50, 60 ou mesmo 80, será bem diferente daqui a duas décadas.

    Até o início de dezembro estarei nesse grupo de pais assustados com os novos tempos. Podemos optar por novas vidas, talvez mais simples, mas nunca estaremos longe das turbulências diárias para ganhar a vida, pagar as contas e suportar as pressões e os exageros do consumo. E jamais poderemos impedir as influências, positivas ou negativas, nas vida desses novos brasileirinhos.

    Confesso que os desafios não serão poucos para gigantescas preocupações. Posso até aceitar o conselho de deixar a vida seguir seu rumo, mas é preciso ficar atento ao que se passa no cotidiano.

    Sei que ele receberá o melhor da gente – da mãe e do pai – mas sua educação já não depende apenas do grupo familiar. É certo que as influências externas serão um concorrente de peso. O desafio, portanto, será equilibrar exemplos e práticas para que esse bilionário habitante possa contribuir com o seu melhor. Que seja bem-vindo.