Delator será ouvido – Como antecipou ao ucho.info na segunda-feira (17) o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), a estratégia da oposição será dar prioridade a um depoimento do soldado da Polícia Militar João Dias Ferreira, para esclarecer os supostos desvios no programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, com o suposto envolvimento do titular da pasta, Orlando Silva Jr. Simultaneamente, líderes da oposição pretendem esvaziar o depoimento do ministro, marcado para esta terça-feira (18) na Câmara dos Deputados.
Agendado para as 14h30 desta tarde, em uma das comissões permanentes da Câmara, o depoimento deixa de sobreaviso a oposição, ciente de que o ministro estará blindado por seus aliados. “Vai ser um circo armado para abafar o ministro e as acusações que sobre ele pairam”, analisa Duarte Nogueira (SP), líder do PSDB na Casa legislativa.
O deputado ACM Neto (DEM-BA) explica que o governo não tem interesse em ver João Dias Ferreira depondo no Congresso, por isso surgiu a ideia de receber o policial “extra oficialmente” para confrontar as explicações do ministro. A ideia é que Ferreira participe, concomitantemente ao depoimento, de reunião com representantes do PSDB, Democratas e PPS.
Reunidos nesta terça-feira, líderes da oposição também traçaram outras estratégias: insistir nas ações contra o ministro Orlando Silva Jr. na Comissão de Ética Pública da Presidência da República, na Procuradoria-Geral da República, na Controladoria-Geral da União e na Polícia Federal. Além disso, os oposicionistas cobrarão do Tribunal de Contas da União respostas sobre as investigações, iniciadas há alguns meses, sobre irregularidades em programas comandados pela pasta.
Depoimento adiado na PF
O policial João Dias solicitou adiamento do depoimento que daria nesta terça-feira (18) à Polícia Federal, em Brasília, sobre as acusações de fraude no Ministério do Esporte. Ferreira alegou problemas de saúde para justificar sua ausência. O depoimento será remarcado, mas ainda não tem data para ocorrer.
Em entrevista publicada no jornal “Folha de S. Paulo”, o militar afirmou que Orlando Silva lhe propôs um acordo, em março de 2008, para que não levasse a órgãos de controle e à imprensa denúncia sobre irregularidades no Programa Segundo Tempo. Ferreira protestou, na reunião que afirma ter participado, sobre ação do ministério que apontou irregularidades em dois convênios. Enquanto isso, o ministro nega o encontro com Ferreira em 2008, alegando que esteve com o agora delator apenas uma vez, entre o fim de 2004 e início de 2005.