Governador do DF rebate acusações de ministro do Esporte, que deve ser responsável por ações da pasta

Contas aprovadas – O governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte, Agnelo Queiroz (PT), rebateu as acusações do atual titular da pasta, Orlando Silva Jr., de que foi por sugestão sua que recebeu João Dias Ferreira, o policial militar cuja ONG firmou convênio suspeito com o órgão. Agnelo, que chegou ontem à Suíça para acompanhar o anúncio das datas e locais dos jogos da Copa do Mundo de 2014, afirmou que as denúncias sobre sua participação em desvio de verbas no Ministério do Esporte são infundadas e que o caso não é de sua responsabilidade.

“Passei seis anos no ministério e, quando saí, tive minhas contas todas aprovadas pelo Tribunal de Contas da União. Não houve um único processo contra mim, nem do (programa) Segundo Tempo nem de outra coisa. Essa é a realidade de meu mandato. Fora disso, quem responde é o próximo ministro. A responsabilidade é dele”, disse.

Agnelo afirmou não se lembrar de ter encaminhado o policial militar a Orlando Silva, ainda que tenha identificado João Dias como ex-colega de partido, o PCdoB. Agnelo está atualmente no PT. “Sequer lembro disso, imagina se vou me lembrar de todas as pessoas que encaminho para as áreas respectivas. Se ele (Orlando) lembra, tudo bem. Mas não há maldade em receber as pessoas e executar projetos dentro da lei. Conhecia o policial, que foi candidato a deputado e fez campanha com minha coligação. É uma relação política, salientou o governador.

Agnelo comentou as acusações de que recebeu R$ 256 mil em propinas como parte das fraudes do Segundo Tempo, um programa de repasse de verbas para ONGs ligadas ao esporte, criado na sua gestão no ministério. Segundo o ex-ministro, trata-se da mesma acusação feita durante a campanha eleitoral de 2010 por sua principal adversária, Weslian Roriz. Agnelo afirmou que deseja que a denúncia seja investigada para encerrar o que classificou como uma acusação pueril.

“Não há uma denúncia nova, apenas essa mentira. Quero mais é que seja investigado, porque denúncia precisa fazer o percurso normal. Será a oportunidade de desmoralizá-la para que não seja algo que ficou falado apenas na campanha como parte da luta política”, destacou.

Embora tenha se esquivado de críticas a Orlando Silva, com quem disse ter ótima relação, Agnelo fez questão de dizer que o sucessor foi quem conduziu a maioria dos projetos do Segundo Tempo nos à época que ocupou a secretaria-executiva do Ministério. O governador, porém, disse não acreditar que as denúncias sejam represálias por parte do atual ministro. “Temos uma ótima relação com o ministro e bastante sintonia com o Ministério do Esporte. Não acredito que a denúncia tenha vindo dele. É um caso muito baixo, ele jamais estimularia uma coisa dessas.”

Quando perguntado se o sucessor deve sobreviver ao escândalo, o governador foi evasivo. “Hoje, sou governador do Distrito Federal. Não posso entrar em méritos dessa ordem.” As informações são do jornal “O Globo”.