Cabo de guerra – A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) afirmou que manterá a “operação-padrão” apesar do processo administrativo instaurado na quarta-feira (19) pelo presidente do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro Ari Pargendler. Para a entidade, nenhum juiz será punido na ação. A manifestação seria um protesto contra a falta de reajuste salarial para o Judiciário, que não está contemplado na proposta de Orçamento da União elaborada pelo governo.
“O direito de greve é garantido em todos os regimes democráticos e na Constituição Federal, vedado apenas em regimes ditatoriais. Juízes fizeram greve recentemente na Espanha e Portugal em defesa dos seus direitos”, diz a associação. Segundo a Ajufe, os juízes suspenderão até 29 de novembro a publicação de citações e intimações de ações da Advocacia-Geral da União para pressionar por aumento de salário.
No dia 30, vão cruzar os braços em todo o País. O Conselho debaterá a questão na próxima segunda-feira (24). No primeiro semestre, o CJF aprovou proposta de Pargendler para descontar o subsídio dos magistrados que aderissem à paralisação de 27 de abril.
Os juízes ainda criticaram as manifestações de entidades da advocacia pública contra o movimento. “Com suas decisões, os juízes federais garantiram o direito de greve aos advogados da União, que paralisaram suas atividades diversas vezes nos últimos anos por aumento de salário, e agora questionam de forma incoerente e oportunista o legítimo direito constitucional dos magistrados.”
Oito presidentes de associações regionais de juízes assinaram manifesto em apoio à paralisação. “A realização em conjunto com a magistratura do trabalho é uma iniciativa que visa a ampliar a repercussão do movimento, dando maior visibilidade às demandas da carreira, criando, assim, uma agenda positiva do Poder Judiciário junto aos demais poderes”, diz o texto.
Em ofício às corregedorias de todos os tribunais, o presidente do STF, Cezar Peluso, criticou a greve. Para ele, tanto a greve quanto a “operação-padrão” são inadequadas e trazem impactos negativos para a magistratura. As informações são do repórter Isaac Marra, do “JBr”.