Herança maldita – O governo federal diminuiu os gastos com publicidade em 42,6%, entre janeiro e setembro deste ano, se comparado com o mesmo período de 2010. Levando-se em conta os valores pagos referentes ao orçamento 2011, ou seja, sem considerar os compromissos assumidos em gestões anteriores, quem teve a maior execução foi o Fundo Nacional de Saúde (FNS), gestor financeiro dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), com R$ 66,6 milhões. Esse valor equivale a 47,8% da dotação de R$ 139,3 milhões.
Entre os órgãos da administração direta, quem mais utilizou a verba de comunicação foi a Presidência da República. O órgão, com dotação de R$ 210,3 milhões, já totalizou quase R$ 99 milhões em pagamentos, sendo que R$ 56,1 milhões do orçamento do ano e R$ 42,8 milhões com “restos a pagar”, ainda de contratos do governo Lula da Silva (PT).
O levantamento feito pelo “Contas Abertas”, informa que setembro, foram pagos R$ 300,5 milhões, sendo R$ 81,2 milhões em publicidade institucional e R$ 219,3 milhões na área de utilidade pública. No mesmo período do ano passado, cerca de R$ 523,4 milhões foram gastos, o que representa redução de 42,6% nos dispêndios com o setor.
Maior anunciante do país, o governo federal aplicou, durante todo ano passado, R$ 649,1 milhões em anúncios publicitários, o que alcança a média de quase R$ 1,8 milhão por dia. O aumento em ano eleitoral é outra característica constatada. Em 2006, os gastos atingiram R$ 320,9 milhões, quas 122,8 milhões a mais do que em 2007, primeiro ano do segundo mandato do governo passado.
Do orçamento de 2011, não foram utilizados recursos em sete, dos 24 órgãos superiores do governo com dotação para estas finalidades. Dentre eles, Ministério da Previdência Social e Ministério das Cidades, que utilizaram apenas “restos a pagar”, de exercícios anteriores. Em outras cinco unidades, não aconteceu ainda qualquer pagamento, mesmo naqueles com dotação acima de R$ 4 milhões para este ano.
Faltando apenas três anos para a Copa do Mundo de 2014, megaevento esportivo que será sediado pelo Brasil, o Ministério do Esporte gastou R$ 12 milhões dos R$ 44,3 milhões separados para a pasta.