(*) Roberta Lopes, da Agência Brasil –
A Amazônia perdeu uma área de 253,8 quilômetros quadrados (km²) de floresta em setembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram registrados 448 km² de desmate, houve queda de 43%.
Na comparação com o mês de agosto, entretanto, quando foram contabilizados 164 km2 de derrubadas houve aumento da área desmatada. Segundo o Inpe, apenas 5% da região não foram monitoradas por causa das nuvens.
O estado onde foram registrados mais desmatamentos, em setembro, foi Mato Grosso, com 110 km². Em seguida está o estado de Rondônia, com 49,88 km² e em terceiro, o Pará, com 46,94 km². O estado onde houve o menor registro de desmatamento foi Tocantins, com 2,24 km². No estado do Amapá não foi detectado desmate.
Fazem parte da região da Amazônia Legal os estados do Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, Roraima e do Tocantins, além de parte do estado do Maranhão.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje que o desmatamento registrado no mês de setembro foi o menor para o mês desde 2004, quando o levantamento do sistema de detecção do desmatamento em tempo real começou a ser feito. A redução, na comparação com o mês de setembro do ano passado, foi de 43%. Segundo ela, a agropecuária ainda é a maior vilã do desmatamento.
“Há uma forte pressão da agropecuária, chama a atenção que esses dados estão associados muitas vezes à supressão autorizada de vegetação. Isso nós só poderemos verificar no final do ano.”
A ministra disse ainda que a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) não vai parar por causa do período de chuvas. “Agora, estamos entrando no período de chuvas, que usualmente tende a reduzir o desmatamento, mas vamos manter a força do Ibama em campo. O Ibama e os órgãos federais vão manter a fiscalização. Temos 25 frentes de homens trabalhando na Amazônia monitorando as áreas críticas”.
Ela comentou ainda sobre a votação do Código Florestal, que teve o relatório apresentado nas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia do Senado Federal. Segundo Izabella, o ministério está fazendo uma avaliação do relatório e identificou avanços, principalmente no que diz respeito às áreas de manguezais.
“Houve avanços como as áreas de manguezais, como áreas de preservação ambiental, o que foi um ganho, assim como explicitar que não há anistia para novos desmatamentos. Também foi muito positiva a divisão do texto entre disposições permanentes e transitórias, porque isso dá uma clareza maior e também uma maior segurança jurídica”, afirmou.