Rei no trono – Pode parecer estranho aos incautos, mas a posse de Aldo Rebelo (PC do B-SP) no comando do Ministério do Esporte tinha duas filas do chamado “beija-mão”. Uma dedicada ao novo ministro e outra para o demissionário Orlando Silva Jr., que foi apeado do cargo na esteira do escândalo de desvio de dinheiro público a partir do Programa Segundo Tempo.
Presente à cerimônia, a presidente Dilma Rousseff abusou dos termos futebolísticos ao discursar, a exemplo do que fazia o seu antecessor, o fanfarrão Luiz Inácio da Silva. Antes de oficializar a posse de Aldo Rebelo, a presidente rasgou elogios ao ex-ministro. Dilma disse que Orlando Silva é competente, que fez um excelente trabalho à frente da pasta e que agora ele terá tempo para defender sua honra. Uma utopia discursiva, pois fosse esse o desejo palaciano o ministério continuaria sob a direção do secretário-executivo, enquanto Orlando Silva se dedicava a provar sua aludida inocência. Dilma também lembrou que continua dispensando respeito ao demissionário ministro do Esporte.
Em relação a Aldo Rebelo, a presidente Dilma afirmou que se trata de um homem de Estado e que em sua equipe será sempre “titular”, em mais uma citação com viés futebolístico. Afirmando que a partir de agora manterá uma relação com o titular da pasta, a presidente repetiu seu antecessor e disse que o Brasil fará a melhor Copa da história. Sobre a mudança no comando do Esporte, a neopetista Dilma disse “a bola será recolocada para reiniciar a partida”.
Como se mandasse uma mensagem transversa àqueles que cobram uma solução para os seguidos escândalos de corrupção, Dilma disparou: “Vamos para onde queremos, não para onde querem nos levar”.
