Nada muda na estrutura do Ministério do Esporte com a chegada do deputado comunista Aldo Rebelo

Capitães hereditários – É provável que apenas em dois cargos o novo ministro do Esporte, deputado federal licenciado Aldo Rebelo (PC do B-SP), faça alguma alteração, devendo dessa forma permanecer as mesmas estrutura e pessoas. O escândalo que atingiu a pasta também parece não incomodar o PC do B, partido que continuará mantendo o controle do ministério.

O presidente da executiva nacional, Renato Rabelo, afirmou há pouco que a presidente Dilma Rousseff (PT) não fez qualquer veto a nomes. Os detalhes da “transição e mudanças”, como a troca de comando está sendo encarado na legenda, pelo jeito terá sido mera formalidade do Palácio do Planalto.

Renato Rabelo garantiu que o “comando do ministério” continuará com o seu partido, aludindo a um comentário que circula na Esplanada dos Ministérios de que cada pasta é uma capitania hereditária de partidos políticos.

A decisão de suspensão dos contratos com organizações não governamentais (ONGs) e entidades privadas sem fins lucrativos teria a finalidade de “aguardar a poeira baixar”, nas palavras de um assessor palaciano. Na versão oficial, o período de trinta dias será necessário para avaliar a regularidade da execução do que foi contratado pelo governo até agora.

Pela tranquilidade demonstrada na solenidade de posse de Aldo Rebelo, o ministro demissionário Orlando Silva Jr. não tem com o que se preocupar. Afirmou que a suspensão dos contratos aconteceu “na hora certa” e que seu partido é “feito de homens honrados”.

O novo ministro foi tão festejado quanto Orlando Silva. Paciente com as perguntas dos repórteres, disse que as mudanças serão anunciadas a partir de terça-feira (1). “Os senhores serão todos avisados”. Respondia a perguntas sobre alterações de nomes em postos-chave do ministério, como chefia de gabinete e secretaria executiva.

Não quis confirmar se já estaria certa a nomeação de Nádia Campeão para o segundo posto. Nádia foi secretária de Esportes na prefeitura de São Paulo durante a gestão da petista Marta Suplicy. Como integrante do PC do B também figurou em denúncias de malversação do dinheiro público. Deverá substituir o secretário-executivo, Waldemar Souza. Para o lugar do atual chefe de gabinete, Vicente José de Lima Neto, ainda não há um nome, mas será também dos quadros do partido.