Maranhão: em menos de cinco dias, quatro governadores para atender o ego dos políticos locais

(*) Luís Cardoso, do Blog do Luís Cardoso –

Claro, estamos no Maranhão, uma terra sem lei. Aqui é a terra do faz de conta, onde tudo é possível. Imagina trocar o bastão real para agradar desejos ou sonhos pessoais. A governadora Roseana Sarney (PMDB) pediu licença à Assembleia Legislativa para tratamento de saúde por dez dias. Nem precisava. Existe uma autorização previamente que lhe contempla tais férias.

Mas a governadora teve essa preocupação e, no dia seguinte, ao contrário de procurar hospitais ou clínicas para exames, foi se esbaldar na quadra da Beija Flor de Nilópolis, no Rio de Janeiro. E daí, se aqui não tem justiça?

Roseana passou o bastão para o irado vice-governador Washington Oliveira (PT), seu vice de fato e de direito. Mas havia um acordo inconstitucional para presentear o ego de mais outros dois: o presidente da Assembleia Legislativa e ao presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão. Só mesmo no Maranhão.

Assumiu o deputado Arnaldo Melo (PMDB) porque o vice, até então governador interino, precisava, forçadamente, rever familiares em Fortaleza, aqui mesmo no Brasil. Sem ao menos pedir oficialmente licença do cargo. Aliás, o Ceará fica no Japão.

Aí veio Arnaldo Melo, presidente da AL, o segundo na linha sucessória. Nada demais se o deputado não passasse o bastão para o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Jamil Gedeon, um guardião da “legalidade”.

Melo não pediu licença ao poder que comanda e Gedeon fez de conta que não existem critérios legais. Na condição de governador de plantão, queria mesmo realizar um sonho: inaugurar um fórum na sua terra natal, Caxias, na condição de governador, embora ilegal.

Assim as coisas acontecem no Maranhão. Uma terra em que o imaginário vai além da realidade. Aqui tudo pode. Quem sabe, um certo dia, nomear o jardineiro do Palácio dos Leões a governador, só para massagear o ego da donatária do Maranhão. Uma lástima!