Reitor da UnB diz que pedirá explicações ao Senado sobre tiro de choque em estudante

Protesto do Código – O reitor da Universidade de Brasília, José Geraldo de Sousa Junior, informou que vai pedir formalmente explicações ao presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), sobre as agressões sofridas pelo estudante da Universidade de Brasília Rafael Pinheiro Rocha, 22 anos, durante manifestação contra a aprovação do novo Código Florestal, na tarde de terça-feira (8).

“Vi pela televisão as cenas em que um estudante da Universidade de Brasília é agredido pela Polícia Legislativa do Senado Federal e vou solicitar informações oficiais ao presidente da Casa. A ação aparentemente viola as regras estabelecidas em normativas internacionais sobre uso de força e proteção aos direitos humanos por agentes públicos, relativamente a qualquer ato que possa ser configurado como tortura, tratamento cruel, desumano ou degradante, ou que aplique meios excessivos em face de outras técnicas que permitam, se necessário, contenção”, afirma o reitor.

O aluno da Geologia foi imobilizado por uma pistola paralisante quando entrou em conflito com seguranças do Senado Federal. Rafael participava, com aproximadamente outros 30 estudantes, a maioria da UnB, de protesto contra a aprovação do novo Código Florestal. A sessão conjunta das comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Ciência e Tecnologia, que discutia a proposta, tinha acabado de terminar quando o tumulto ocorreu, por volta das 12h.

Adriano Fernandes Gomes, chefe de gabinete da Secretaria de Polícia do Senado, confirma que os policiais reagiram porque os estudantes estavam pregando cartazes nas paredes.

Sobre a utilização do aparelho de “taser” (armamento não-letal utilizado para imobilização), explicou que o disparo da “descarga elétrica provoca uma obstrução da comunicação do cérebro com os músculos”, paralisando a pessoa durante pelo menos cinco segundos.

“O efeito ainda dura minutos após”, acrescentou. “Ainda estou com a marca do disparo na barriga”, lembrou Rafael em entrevista à UnB Agência. Ele afirma que fará exame no Instituto Médico Legal para atestar a agressão e registrará ocorrência policial.