Renúncia do polêmico e fanfarrão Silvio Berlusconi não dá à Itália o direito de respirar aliviada

Sob nova direção – Milanês e considerado o homem mais rico da Itália, Silvio Berlusconi não é mais primeiro-ministro. Dono de diversas empresas, entre elas veículos de comunicação e instituições financeiras, Berlusconi reuniu no final do sábado (12) com o presidente Giorgio Napolitano, no Palácio Quirinale, em Roma, ocasião em que entregou o cargo.

Com um currículo recheado de polêmicas e escândalos sexuais, Silvio Berlusconi, que perdeu maioria no Congresso, vinculou a sua saída do cargo à aprovação de um pacote de medidas econômicas e de austeridade, aprovado para garantir à Itália a possibilidade de enfrentar as turbulências da crise que afeta a Europa, em especial a chamada zona do euro. Prevista para acontecer até o final de novembro, a votação do pacote foi sacramentada na tarde de sábado (horário europeu)

Figura meramente decorativa no cenário político italiano, presidente Giorgio Napolitano rompeu o domingo (13) envolvido em negociações, com o objetivo de anunciar o quanto antes o novo governo. O mais cotado para substituir Berlusconi é o ex-comissário europeu Mario Monti.

A mudança no comando do governo não significa que a Itália passará ilesa pela crise econômica que assusta o mundo. O mercado financeiro internacional, que mostrou certo nervosismo nos últimos dias por conta da difícil situação de Silvio Berlusconi, não tem muito que comemorar. Com uma dívida de 1,5 trilhão de euros, o que representa 120% do Produto Interno Bruto (PIB), a Itália vem rolando o seu passivo há mais de duas décadas. Nos últimos anos, essa rolagem vinha sendo feita a taxas de juro de 7% ao ano, o que pode ser considerado um suicídio econômico.

Caso seja confirmado o nome de Mario Monti para assumir o governo italiano, o planeta terá de esperar alguns bons meses para saber se a Itália, assim como outros países da Europa, ainda representa uma ameaça para a economia global.