Sinal vermelho – Antes de embarcar para a Austrália, onde deve anunciar o aumento da presença militar dos Estados Unidos naquele país, o presidente Barack Obama disse que a crise na Europa é muito mais política do que econômica. O inquilino da Casa Branca não está totalmente errado, mas também não está totalmente certo. Existe no Velho Mundo, no atual momento, uma estranha mistura dos dois ingredientes, na qual ora um se sobressai mais do que o outro.
A chanceler Angela Merkel, da Alemanha, disse que a Europa vive a pior crise desde a 2ª Guerra Mundial. Ou seja, o bloco econômico está fadado a uma forte e preocupante recessão, o que pode provocar a saída de alguns países da União Europeia.
A grande questão envolvendo diversas economias europeias está na solução apresentadas pelos governantes de alguns países. A simples substituição daqueles que comandam os governos não significa que a crise tem largas chances de ser debelada, quando na verdade o que se espera é uma forma de enfrentá-la.
A declaração de Barack Obama se reveste de acerto quanto trata da questão política. Afinal, a briga pelo poder nos países afetados pela crise passa por discursos messiânicos, como se a solução do problema dependesse de uma varinha de condão.
O cenário que se avizinha, de acordo com os dados atuais, mostra que a Europa pode ser atingida por um efeito conhecido entre os economistas como espiral deflacionária, espécie de rolo compressor que pode esmagar a economia de um país. A espiral deflacionária decorre do adiamento das compras por parte dos consumidores, que apostam na certeza de preços menores no futuro.
De início os consumidores acreditam ser esse um quadro positivo, mas a realidade é bem diferente e assustadora. Com o adiamento das compras as empresas deixam de vender e são obrigadas a reduzir os salários, fazendo com que menos dinheiro passe a circular na economia. Com isso o Estado arrecada menos e deixa de cumprir muitos de seus compromissos.