Carlos Lupi abusa da desfaçatez no Senado, oposição pressiona e demissão torna-se inevitável

Espetáculo de mitomania – Ainda ministro do Trabalho, o pedetista Carlos Lupi chegou à Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal disposto a reverter seu calvário político, mas ao que parece trata-se de missão quase impossível. Depois de repetir a cantilena que foi desmontada por fotos divulgadas dias atrás pelo site “Grajaú de Fato”, Lupi passou a ser alvo de duras acusações por parte dos senadores, em especial os da oposição.

Líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias afirmou que o ministro mentiu ao dizer que não utilizou avião fretado pro dirigente de ONG que mantém convênio com o ministério, lembrando que a demora de Dilma Rousseff para decidir o seu futuro [o de Lupi] faz da presidente uma conivente em potencial. O líder tucano disse que o modelo de loteamento dos ministérios é responsável pela onda de escândalos que chacoalha o País.

Ao responder o primeiro bloco de questionamentos dos senadores, Lupi voltou a alegar inocência. Inconformado com a desfaçatez do pedetista, o senador Alvaro Dias disparou: “A sua tentativa de justificar o injustificável o torna ainda mais ridículo diante da opinião pública. Seria mais digno por parte de Vossa Excelência vir aqui e pedir perdão por ter mentido ao País”.

O suposto pedido de Dilma Rousseff para que Carlos Lupi permaneça no Ministério do Trabalho seria fruto de um telefonema do ex-presidente Lula, que conversou com a dupla durante encontro de ambos [Dilma e Lupi] no Palácio do Planalto, na quarta-feira (16).

A demissão de Carlos Lupi é uma questão de tempo, pois dirigentes do PDT já pedem a sua saída, como forma de evitar maiores constrangimentos ao partido. O problema é que alguns dos candidatos ao cargo têm problemas relacionados a transgressões no setor público. Um deles é o presidente do PDT, André Figueiredo. Há nesse episódio um entrave histórico que posterga a decisão da presidente da República. Dilma é ex-integrante do PDT, partido ao qual ascendeu pelas mãos do finado Leonel de Moura Brizola.