Ainda ministro, Carlos Lupi precisa explicar novo imbróglio envolvendo ONG que fretou avião

Confusão nova – Na última sexta-feira (18), o ministro Carlos Lupi, do Trabalho, se recusou a falar sobre a crise durante a divulgação dos dados do Cadastro geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mesmo encontro com os jornalistas, Lupi ratificou a promessa de revelar até terça-feira (22) uma análise das contas da ONG Fundação Pró-Cerrado (FPC), entidade dirigida por Adair Meira, responsável pela locação da aeronave utilizada pelo ministro, em 2009, durante viagem ao interior do Maranhão. O pedido de informações foi feito pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), durante depoimento de Lupi na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.

Carlos Lupi por certo apresentará informações que prorroguem sua permanência no cargo, mas há muitas situações que podem complicar sua situação e antecipar a demissão. A FPC foi escolhida pelo Ministério do Trabalho para atuar no interior do Paraná, mais precisamente na região de Maringá, para qualificar, ao custo de R$ 922 mil, 1.058 cortadores de cana-de-açúcar, desempregados e jovens em busca do primeiro emprego.

Muito estranhamente, a ONG dirigida por Meira foi chamada para cumprir parte das metas do Plano Setorial de Qualificação (Planseq) Sucroalcooleiro do Paraná. De acordo com Adriano Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar), o pedido para a realização do Planseq no Estado partiu da entidade, que indicou o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço Nacional da Indústria (Senai) para a realização dos cursos de qualificação. Acontece que, sem qualquer explicação, o edital de chamamento público do Planseq não teve interessados.

“Na seleção das entidades não sei exatamente o que aconteceu, mas o Senar e o Senai não foram qualificados e a licitação foi deserta. Depois, soube que o ministério convidou essa ONG, que tinha ganhado a licitação lá em Goiás para assumir a qualificação no Paraná”, afirmou Adriano Dias. Para aumentar ainda mais o mistério que recobre o imbróglio que tem Carlos Lupi como alvo, os cursos de qualificação ministrados pela Fundação Pró-Cerrado ainda não produziu os resultados mínimos esperados.