Fã declarada dos direitos humanos, Dilma participa de evento na Bahia e veta presença de religiosa

Bom senso zero – A assessoria da presidente Dilma Rousseff continua cometendo algumas gafes. No momento em que mulheres ligadas à esquerda nacional se mobilizam para que o Senado conceda à petista Dilma o Prêmio Bertha Lutz, como noticiado na edição desta segunda-feira (21) do ucho.info, o staff presidencial nada fez para permitir que a líder religiosa Mãe Lúcia de Oxum participasse da comissão que seria recebida pela presidente Dilma Rousseff, durante o Encontro Íbero-Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes, que aconteceu no último sábado (19) em Salvador.

De acordo com o jornalista Samuel Celestino do Bahia Notícias, a retirada do nome de Mãe Lúcia da lista provocou um enorme mal-estar entre entidades do movimento negro e o governo federal, horas antes da comemoração do Dia da Consciência Negra, celebra no domingo (20).

Em nota, o Coletivo de Entidades Negras (CEN) informou que o nome de Mãe Lúcia de Oxum foi encaminhado aos organizadores para compor o colegiado, formado por cinco lideranças de entidades brasileiras e cinco da América Latina e Caribe, que elaborou a Carta de Salvador, com propostas de políticas públicas sobre a questão dos afrodescendentes.

Os organizadores do evento, por sua vez, alegaram que a não participação da líder religiosa se deu pela impossibilidade da troca de nomes, imposição do cerimonial e da segurança da Presidência da República. O CEN protestou, afirmando que apenas entidades do movimento negro ligadas à ministra Luiza Barros, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), puderam participar do colegiado. “As disputas políticas maiores por espaços políticos menores têm se tornado a tônica de eventos como estes e da relação cotidiana com a Seppir”, reclama a entidade.

É importante lembrar que o Prêmio Bertha Lutz, ao qual Dilma Rousseff foi indicada, foi criado em 2001 pela Mesa Diretora do Senado Federal para homenagear as mulheres do País que tenham prestado relevantes serviços na área de defesa dos direitos humanos e em questões de gênero. Resumindo, se o Senado tiver um mínimo de coerência, não concede a láurea à presidente Dilma, até que sua assessoria recobre o bom senso e a sensibilidade. Até porque, pelo que se sabe, Mãe Lúcia de Oxum não é terrorista e de forma alguma colocaria em risco a segurança presidencial.