Multa milionária aplicada à Chevron mostra o despreparo brasileiro no gerenciamento do pré-sal

Cortina de fumaça – O vazamento de óleo no Poço de Frade deve gerar multas no valor de até R$ 250 milhões à Chevron, empresa norte-americana que explora petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Com o óleo jorrando do fundo do mar há quinze dias, o governo federal ainda ensaia um pronunciamento sobre o acidente e até agora não se tenha notícia de que tenha tomado alguma medida além das eventuais e recorríveis multas.

Por ocasião do anúncio da exploração das jazidas petrolíferas da camada pré-sal, o ucho.info alertou para o perigo que representa a perfuração de poços localizados em grandes profundidades, o que requer técnicas e equipamentos especiais. Mesmo diante de vários alertas de especialistas no setor, Luiz Inácio da Silva preferiu pegar carona no assunto e rodar o mundo como se fosse um xeique tupiniquim.

À época do vazamento de óleo no Golfo do México, em poço que era explorado pela britânica British Petroleum, nossos jornalistas sugeriram que aquele acidente servisse como lição ao governo brasileiro no seu projeto de exploração de petróleo e gás na camada pré-sal.

Tão logo Lula apareceu na mídia com as manchadas de óleo, como se fosse ele o responsável pela descoberta nas profundezas oceânicas, a reportagem do ucho.info conversou, sob a condição do anonimato, com alguns geólogos da Petrobras, que foram cautelosos em relação aos anúncios do governo federal, não sem antes afirmarem que o pré-sal só seria viável comercialmente depois de no mínimo uma década do início dos trabalhos, desde que nada de grave ocorresse no decorrer do processo.