Caos nos aeroportos continua, mas Infraero aposta em maquiagem como solução para o problema

Sem propósitos – Semanas após o acidente no aeroporto de Congonhas, em julho de 2007, o governo federal, na tentativa de se eximir da responsabilidade pela maior tragédia da aviação brasileira, anunciou a construção de um terceiro aeroporto na região metropolitana da capital paulista. Na ocasião teve início uma enorme especulação sobre onde seria o novo aeroporto, mas tudo não passou de palavras jogadas ao vento. Afinal, o aeroporto teria a participação do governo paulista, o que politicamente não interessa ao Palácio do Planalto.

Enquanto o governador Geraldo Alckmin insiste no assunto, assessores da presidente Dilma Rousseff mantêm o discurso de que o melhor é investir no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Em outro da polêmica está a Infraero, que anunciou na terça-feira (22) que os aeroportos das cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014 terão mais espaços para lojas, o que não contribui para a solução do caos que impera nos setor.

Voltando a Campinas, apostar todas as fichas no aeroporto de Viracopos pode não ser uma decisão errada, mas quem bem conhece o local sabe que ainda há muito que fazer para que tudo fique a contento. O primeiro problema a ser solucionado é a do estacionamento do aeroporto campineiro. Na quarta-feira, funcionários de uma empreiteira terminavam os últimos detalhes do novo bolsão de estacionamento, que por certo será insuficiente, considerado o enorme e constante número de carros que engrossam a fila à espera de uma vaga. O mesmo acontece no aeroporto de Congonhas, que logo nas primeiras horas do dia é palco de um frenesi de motoristas que procuram uma vaga de estacionamento.

Quando ousou declarar sua preocupação com o caos reinante nos aeroportos brasileiros, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, foi chamado pelo então presidente Lula de idiota, mesmo que de maneira transversa e indireta.