Ideli afirma que morte de vereador de SC foi crime político, mas PT não fez o mesmo no caso Celso Daniel

Dois discursos – Pode parecer insistência da equipe de jornalistas deste site, mas coerência é mercadoria em extinção no mundo da política. E exigir que um político seja minimamente coerente é a mais hercúlea das tarefas, quiçá não seja uma empreitada impossível.

Guindada do Ministério da Pesca para a Secretaria das Relações Institucionais da Presidência da República, a ministra Ideli Salvatti ainda não mostrou a que veio. Submersa no cotidiano palaciano, até porque o escambo patrocinado pelo governo garante os acordos com os partidos da base, Ideli tem se dedicado a comentar os fatos da política regional. De olho no Palácio da Agronômica, sede do Executivo catarinense, ao qual pretende concorrer em 2014, Ideli opinou sobre a morte do vereador petista Marcelino Chiarello, de Chapecó, encontrado morto na sua residência. De acordo com a polícia, Chiarello foi enforcado.

Para a ministra de Relações Institucionais, a morte de Chiarello, por enforcamento, foi um crime político. Para tal afirmação Ideli se baseia na hipótese levantada por companheiros de partido de que Marcelino Chiarello estava sendo ameaçado por um vereador do PSD.

Se a morte de Chiarello foi um crime político só a polícia de Santa Catarina poderá esclarecer, não cabendo à ministra Ideli Salvatti a prerrogativa de induzir as autoridades envolvidas na investigação.

Por ocasião da morte de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, no Grande ABC, o PT, que logo de início descartou a possibilidade de se tratar de um crime político, defendeu a tese de crime comum. A cúpula petista pode dizer o que bem quiser a respeito da morte de Celso Daniel, mas a última hipótese a ser considerada é de crime comum. Chefe de uma administração municipal que foi incumbida pelo PT de arrecadar fundos, por meio de cobrança de propinas, para financiar a campanha presidencial de Lula em 2002, Celso Daniel foi vítima da sordidez que reina nas coxias da política brasileira, onde o vale-tudo dita as regras.

Não se pode aceitar a tese de crime comum quando um político, verdadeiro arquivo ambulante, é sequestrado, submetido a métodos medievais de tortura (empalação) e morto de forma covarde e brutal.

As gravações telefônicas do caso, divulgadas com exclusividade pelo ucho.info e que renderam ao editor ameaças diversas e processos judiciais, mostram com clareza que a teoria de crime comum é no mínimo uma tentativa chula de camuflar a verdade.

Confira abaixo os principais trechos das gravações do caso Celso Daniel

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