Dilma Rousseff repete o antecessor e lança pacote para incentivar o consumo interno e salvar a economia

Papel carbono – A desaceleração da economia brasileira obrigou o governo federal a adotar um pacote de medidas para incentivar alguns setores, repetindo o que fez o então presidente Luiz Inácio da Silva, por ocasião da crise de 2008. Na manhã desta quinta-feira (1), em Brasília, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, anunciou medidas para estimular os empréstimos bancários à população e, por consequência, incrementar o consumo das famílias. Mais uma vez, os jornalistas do ucho.info, que alertaram para o perigo da estratégia oficial, chama a atenção dos leitores para as armadilhas já conhecidas, como endividamento e inadimplência.

O anúncio do governo acontece menos de 24 horas depois de o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduzir em meio ponto percentual a taxa básica de juro, a Selic, que agora passa a valer 11% ao ano. Essa redução, que foi contestada pro diversos setores da economia, não será sentida pelo cidadão comum que recorre a empréstimos em bancos e financeiras.

“Vivemos hoje no mundo situtação complicada, com várias economias ‘patinando’, ou seja, com baixas taxas de crescimento. Não deixaremos que a crise internacional contamine a economia brasileira, que se distingue das outras economias. Continuaremos com crescimento. Estamos nos preparando para um 2012 com crescimento de 5%. Essa é a nossa meta, mesmo com a crise. Temos condição de tomar as medidas para que a economia continue crescendo”, declarou Mantega durante o anúncio.

De acordo com o ministro, o governo decidiu reduzir o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os produtos da chamada linha branca, como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, medida idêntica à adotada em 2008 e revertida posteriormente. No caso do fogão, o IPI passou de 4% para zero a partir desta quinta-feira. Para as geladeiras, o tributo foi reduzido de 15% para 5% e, para as máquinas de lavar, de 20% para 10%. Para tanquinhos, o IPI, que era de 10%, agora é zero. A redução tributária vale até março de 2012. Mantega lembrou que somente os produtos com o selo “A” de qualidade energética serão beneficiados.

Outra medida anunciada pelo governo federal é manutenção em zero do tributo incidente sobre o sacro e necessário pão de cada dia, que valerá até o final do próximo ano. Sem a prorrogação desta medida, a isenção terminaria no final de 2011. Também foram reduzidos a zero, até junho de 2012, o PIS e o Cofins sobre massas (macarrão, por exemplo). Até então, ambas as contribuições somavam 9,25%.

Mantega confirmou também a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de pessoas físicas em operações de crédito, que passará de 3% para 2,5%, revertendo parcialmente a elevação do tributo, anunciada no primeiro semestre como forma de evitar uma eventual disparada da inflação, assunto que estranhamente não mais tira o sono dos palacianos.

Outra medida anunciada pelo ministro foi o aumento do teto de financiamento de casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”, com pagamento de tributo menor. Atualmente, casas de até R$ 75 mil pagam apenas 1% relativo ao Imposto de Renda e ao binômio PIS/Cofins. A partir de agora o teto será de R$ 85 mil.