Redução da Selic nem de longe será sentida pelo reles cidadão que depende de crédito e financiamento

Conversa fiada – Confirmando as expectativas do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), decidiu na quarta-feira (30) reduzir em meio percentual a taxa básica de juro, a Selic, que agora está fixada em 11% ao ano. Esse novo passo do movimento descendente da Selic aconteceu horas antes de o governo anunciar um pacote de medidas para estimular o consumo interno e evitar maior desaceleração da economia.

A decisão do Copom, que só interessa ao governo e aos grandes tomadores de crédito, passará ao largo dos interesses dos cidadãos comuns, que continuarão reféns da volúpia dos banqueiros, que cobram taxas de juros proibitivas, para não afirmar que são hediondas.

Com o pacote anunciado pelo ministro Guido Mantega, que reduz o IPI incidente sobre os produtos da chamada linha branca e o estímulo à concessão de crédito à população, o consumidor precisa estar atento para as armadilhas que existem na trilha do consumismo. Por mais que o governo insista para que o cidadão saia às compras, o melhor é pensar várias vezes antes de adquirir um produto ou serviço, deixando na prateleira do esquecimento o impulso. Isso evitará a repetição do cenário decorrente das medidas adotadas para minimizar a crise de 2008, que elevou a níveis recordes o endividamento das famílias brasileiras e a inadimplência, que neste mês de dezembro deve consumir aproximadamente R$ 35 bilhões do décimo terceiro salário para a quitação de dívidas atrasadas.

Fora isso, é importante alertar que o pagamento de uma parcela de financiamento fora da data de vencimento gera juro, multas e honorários que, juntos, pode chegar à casa de 15% ao mês. Os grandes vilões do setor de crédito, que por certo não serão contemplados pela decisão do Copom, continuam sendo o cartão de crédito e o malfadado cheque especial. Por isso, caro leitor, atentai bem na hora da compra.